Em uma decisão acirrada, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) decidiu acatar o pedido de revisão criminal das condenações dos acusados de envolvimento no caso Evandro.
Osvaldo Marcineiro e Davi dos Santos Soares são os alvos da decisão. No entanto, a mesma decisão pode também ser estendida à Beatriz Cordeiro Abagge, que move um processo exatamente igual.
O caso remonta a 1992, quando o menino Evandro Ramos Caetano foi encontrado sem vida. O corpo do menino foi encontrado com marcas perturbadoras de violência, que apavorou a comunidade local de Guaratuba.
Na época, as investigações da polícia foram contaminadas por uma série de teorias conspiratórias. Os pormenores do caso foram expostos pelo podcast Projeto Humanos, de Ivan Mizanzuk, que posteriormente se transformou em série da Globoplay.
Ivan expôs que os acusados pelo crime, que eram sete investigados incluindo os três citados, foram vítimas de tortura para confessar. Com isso, novos desdobramentos foram possíveis após mais de 2 décadas.
Com a decisão, pela primeira vez o Ministério Público do Paraná, através do procurador Silvio Couto Neto, admitiu que não existiam provas suficientes para que os investigados fossem à juízo.
Já o advogado Augusto Figueiredo foi mais contundente em suas declarações. “Foi uma decisão necessária para advertência às futuras gerações de homens e mulheres do Paraná, de que o Estado que não tolera a tortura, não tolera que uma mãe seja torturada na frente da filha”, disse.
O caso teve enorme repercussão e comoção na época. Com a prisão dos sete acusados que, hoje se sabe, confessaram o crime sob tortura, as investigações foram encerradas. Dois crimes, pelo menos, permanecem sem solução: as mortes de Evandro e Leandro Bossi.