Uma brasileira que realizava um mochilão pela Ásia vive um drama angustiante após sofrer um acidente em uma das trilhas mais conhecidas da Indonésia. Juliana Marins, de Niterói (RJ), foi localizada três dias após cair em um desfiladeiro no Parque Nacional do Monte Rinjani, em Lombok.
O caso trouxe à tona críticas sobre a falta de estrutura para emergências em locais turísticos e reacendeu alertas sobre os perigos das trilhas de alta complexidade, especialmente em períodos de instabilidade climática.
Juliana estava sozinha no momento do acidente, ocorrido na madrugada de sábado, 21 de junho, durante uma caminhada rumo ao cume do vulcão Rinjani. Segundo relatos da família, ela havia dito que estava cansada e permaneceu para trás, enquanto o guia e o grupo continuaram a trilha.
Horas depois, turistas que passavam pela região utilizaram um drone e conseguiram localizar a jovem, caída cerca de 300 a 600 metros abaixo da trilha. As imagens captadas foram compartilhadas nas redes sociais e chegaram até seus familiares no Brasil, impulsionando a mobilização para o resgate.
As operações de salvamento enfrentam uma série de obstáculos. O terreno acidentado e a densa neblina dificultam o acesso e limitam a visibilidade, atrasando o avanço das equipes.
VÍDEO Nº 2
“Às 6h30 [de segunda-feira (23) de Lombok, 17h30 de domingo (22) no Rio de Janeiro], a vítima foi localizada com o uso de um drone, em posição presa a um paredão rochoso, a uma profundidade de aproximadamente 500 metros, e visualmente sem sinais de movimento”, disseram as autoridades locais.
Embora Juliana tenha sido vista imóvel, sem sinais aparentes de vida, dois alpinistas experientes foram acionados para tentar alcançar o local exato do acidente. Até o momento, não há confirmação se o resgate prosseguirá durante a noite.
A condução da operação gerou indignação por parte dos familiares, que criaram um perfil nas redes sociais para centralizar as informações e cobrar ação das autoridades.
Eles apontam falhas graves, como falta de cordas adequadas, ausência de suprimentos enviados à vítima e a continuidade de trilhas turísticas mesmo diante das adversidades conhecidas da estação.
Juliana, formada em Publicidade pela UFRJ e dançarina de pole dance, estava em uma viagem pela Ásia desde fevereiro, já tendo passado por países como Vietnã, Filipinas e Tailândia.
A experiência, inicialmente planejada como uma aventura de autoconhecimento, se transformou em uma corrida contra o tempo e um apelo por ajuda internacional.
Enquanto o resgate segue em andamento, o caso chama atenção para a responsabilidade dos parques naturais em garantir protocolos de segurança eficazes, além da importância da preparação de turistas ao se aventurarem em ambientes desafiadores.