Uma cena revoltante de violência e racismo foi registrada em Itaúna, Minas Gerais, onde um homem negro, identificado como Djalma Rosa da Costa, foi agredido com cintadas nas costas por um homem branco que ofereceu R$ 10 para açoitá-lo.
O caso, ocorrido em frente a um bar no centro da cidade, ganhou repercussão nas redes sociais após a divulgação de um vídeo mostrando a agressão. O agressor, identificado como José Maria Vilaça, foi detido pela Polícia Militar (PM) nesta quinta-feira (21).
De acordo com a prefeitura de Itaúna, Djalma não é uma pessoa em situação de rua, como inicialmente relatado. Ele possui residência, familiares e é acompanhado regularmente por unidades de saúde mental do município, como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
Após o caso vir à tona, Djalma foi acolhido no CAPS, onde recebeu assistência psicológica e social, e sua curadora legal foi orientada a formalizar uma denúncia. O vídeo da agressão, gravado cerca de 15 dias antes, mostra José Maria Vilaça, em tom debochado e confuso, justificando os atos. Ele diz que a vítima teria consentido com a agressão e que os dois haviam consumido drogas no mesmo dia.
Na gravação, Vilaça agride Djalma com três golpes de cinto, enquanto faz comentários desconexos sobre política e outras questões. Risadas ao fundo e a intenção de filmar e divulgar a violência tornam o ato ainda mais cruel.
A PM informou que não foi acionada no dia da agressão e só tomou conhecimento do caso após a ampla circulação do vídeo. Vilaça pode responder por lesão corporal e intolerância racial, considerando o contexto de humilhação e violência contra a identidade étnico-racial da vítima.
“De imediato, após ter ciência do fato, a PM realizou uma série de diligências e conseguiu identificar o autor do ato criminoso, um homem oriundo da cidade de Pará de Minas. Nesse momento, um Boletim de Ocorrência está sendo confeccionado pelos militares, bem como encaminhando o autor, que já se encontra preso para a Delegacia de Pará de Minas,” disse o delegado Leonardo Moreira Pio.
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Casos como este evidenciam a persistência do racismo estrutural na sociedade brasileira e a banalização da violência contra pessoas em situação de vulnerabilidade. É fundamental que episódios desse tipo sejam apurados com rigor, para garantir que a justiça seja feita e para reforçar a luta contra todas as formas de discriminação e opressão.
