O fim do inquérito da Polícia Federal, que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, deve ser alvo de mais repercussão nos próximos dias. Nesta quinta, alguns detalhes já começaram a vir à tona sobre o que a Polícia Federal descobriu.
Segundo informações apuradas pelo Metrópoles, o relatório traz detalhes de como foram os dias de reclusão de Bolsonaro logo após ser derrotado no segundo turno das eleições presidenciais.
De acordo com as informações, Bolsonaro teria se encontrado com o general da reserva Mário Fernandes. Este, por sua vez, é outro alvo da Polícia Federal no inquérito que investiga a tentativa de golpe de estado.
O encontro teria acontecido no dia 8 de dezembro de 2022 e durado cerca de 40 minutos, no Palácio do Alvorada. De acordo com o que relatou Mauro Cid, Fernandes teria falado sobre o encontro com Bolsonaro, inclusive relatado que se queixou sobre as oportunidades perdidas de dar um golpe de Estado.
Bolsonaro então teria respondido em tom tranquilizador, dizendo à Fernandes que o golpe seria aplicado até o fim do ano, isto é, dia 31 de dezembro. Como parte do inquérito, consta uma mensagem enviada por Fernandes à Cid.
“(…) a gente não pode perder oportunidade. São duas coisas. A primeira, durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Mas, porra, aí na hora eu disse, pô presidente, mas o quanto antes [sic], a gente já perdeu tantas oportunidades”, diz parte da mensagem.
Ainda por mensagem, Fernandes também teria exposto receio em relação aos grupos de bolsonaristas que acampavam em quarteis e bloqueavam as ruas aquela altura. O general manifestou receio de perder o controle dos manifestantes, citando a chance dos grupos perderem força ou se radicalizarem ainda mais.