A Polícia Civil do Rio Grande do Sul encerrou o inquérito sobre as falas do vereador Sandro Fantinel (sem partido) durante sessão da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul.
Fantinel comentava sobre o caso do resgate de trabalhadores em condições análogas a escravidão em vinícolas da cidade de Bento Gonçalves. O grupo trabalhava para uma empresa que prestava serviços a empresas Aurora, Garibaldi e Salton.
O vereador teceu críticas a atuação da polícia e do Ministério do Trabalho, minimizou as condições sub-humanas as quais os trabalhadores eram submetidos e sugeriu à empresários que contratassem argentinos.
Em seus comentários, Fatinel atacou nordestinos, especialmente baianos, afirmando que são pessoas sujas e acomodadas. O caso foi denunciado na delegacia e também alvo de pedido de cassação.
“Foi feita análise de imagens e da voz, do que foi dito naquele dia, e com base em tudo aquilo que a gente cooptou na investigação do inquérito policial, a gente acabou por concluir que o fato, em tese, se caracteriza como crime de racismo”, explicou o delegado Rafael Keller.
A Polícia Civil indiciou Fatinel por racismo e encaminhou o processo ao Ministério Público, que agora representa contra o vereador ou não. O caso tem bastante atenção da população e da mídia.
As empresas citadas negociaram com a Justiça o pagamento de indenização aos trabalhadores e emitiram nota, pedindo desculpas. O caso foi descoberto após alguns trabalhadores fugirem e pedirem socorro na delegacia.