Após uma enorme expectativa que se formou na imprensa ao longo dos últimos dias, a Procuradoria Geral da República se manifestou sobre o inquérito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A PGR vinha analisando o relatório da Polícia Federal, que já tinha indiciado o ex-presidente. Agora, Bolsonaro pode se tornar réu no Supremo Tribunal Federal por crimes de:
- Golpe de Estado
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Organização criminosa
Além de Bolsonaro, a PGR também denunciou o general Braga Netto e Mauro Cid, que era ajudante de ordens de Bolsonaro na época dos fatos. Cid atuou como delator para a Polícia Federal durante as investigações.
A denúncia foi assinada pelo procurador Paulo Gonet, e deverá ser analisada pela Primeira Turma da Corte. Antes, a denúncia passa por Alexandre de Moraes, que é relator do caso e deve envia-la à Primeira Turma.
Bolsonaro e mais de 30 outras pessoas foram investigadas pela Polícia Federal acerca dos fatos pós-eleições de 2022. Na época, o Brasil vivia uma efervescência de manifestações, inclusive acampamentos em frente a quartéis, que culminaram no episódio de 8 de janeiro.
Naquela data, centenas de manifestantes invadiram os 3 poderes sob gritos de ordem e pedidos por golpe de estado e ditadura militar. Logo após os fatos, o inquérito teve início.
Para a Polícia Federal, Bolsonaro e aliados atuaram de forma deliberada e organizada para promover um golpe de estado no país e impedir a posse de Lula, que ganhou as eleições em 2022.
Segundo relatório da PF, os indiciados atuaram “de forma estruturada e com divisão de tarefas, valendo-se de violência, intimidação, corrupção, fraude ou de outros meios assemelhados, para o fim de cometer crime”.
Bolsonaro nega os crimes e questiona as acusações. O ex-presidente afirma que não houve tentativa de golpe de estado e nega envolvimento em discussões para tal fim.