Em outubro do ano passado, Gleice Kelly Gomes da Silva, aos 24 anos, deu entrada no hospital para dar a luz e, quando teve alta, voltou para casa sem uma das mãos. Gleice tinha planejado parto normal, mas sofreu complicações e acabou perdendo uma das maos.
A jovem tornou o caso público no começo desse ano, após denunciar suposta negligência do hospital onde foi internada. Agora, a jovem teve uma primeira pequena vitória no processo.
Após realizar a denúncia, Gleice passou por exame de corpo delito, feito por peritos do IML. O laudo foi divulgado na última semana e confirma que a amputação se deve a negligência e demora do hospital.
Gleice sofreu uma trombose venosa, que é uma obstrução na veia. O laudo aponta que houve demora do hospital em adotar os procedimentos de reversão do quadro, o que tornou o procedimento ineficaz.
“O longo tempo de evolução da isquemia até a realização do procedimento de emergência, cerca de vinte horas, impede que o quadro seja revertido, em função das alterações bioquímicas já instaladas em nível celular. Nada mais podendo ser feito, a amputação do membro é a única opção“, diz um trecho do documento.
O laudo ainda aponta uma incoerência nas informações prestadas pelo hospital. Gleice foi internada inicialmente no Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá, que alega não ter manipulado o braço esquerdo da paciente.
Gleice, no entanto, questiona a versão do hospital com fotos e relatos de testemunhas, que apontam que a jovem teve um acesso venoso aplicado no hospital. Após a complicação, ela foi transferida à um hospital de São Gonçalo, onde passou pela amputação.