A jornada de esperança e superação da família de Kiraz e Aruna, gêmeas siamesas de um ano e meio, ganhou atenção nacional nas últimas semanas, culminando em uma notícia profundamente triste.
Após meses de preparação e uma cirurgia complexa realizada no último dia 10 de maio em Goiânia, uma das irmãs não resistiu às complicações do pós-operatório.
A informação foi divulgada pela família na manhã deste domingo, 19, por meio de uma mensagem comovente nas redes sociais. O Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), onde o procedimento foi realizado, ainda não emitiu nota oficial sobre o falecimento.
As meninas, naturais de Igaraçu do Tietê, no interior de São Paulo, nasceram unidas por estruturas vitais como tórax, abdômen e bacia, e compartilhavam o fígado, além de possuírem três pernas.
A cirurgia de separação durou 19 horas e mobilizou uma equipe de mais de 40 profissionais da saúde. O processo foi precedido por um ano de procedimentos preparatórios, incluindo a implantação de expansores de pele, medida necessária para cobrir a grande área exposta após a separação dos corpos.
Durante o período pós-operatório, ambas foram mantidas em ventilação mecânica e recebiam cuidados intensivos, enfrentando quadros de febre alta e instabilidade clínica.
As últimas informações oficiais apontavam que estavam em estado grave, mas dentro do esperado para a situação. Ainda assim, o desfecho foi mais doloroso do que o esperado pela família e pelos milhares de seguidores que acompanhavam a rotina das meninas pelas redes sociais.
Liliane Cristina da Silva, mãe das gêmeas e técnica de enfermagem, vinha dividindo sua experiência como cuidadora das filhas e recebendo apoio de seguidores e doadores.
A gravidez não planejada teve seu diagnóstico alterado apenas na reta final, quando o casal foi surpreendido ao saber que as filhas eram siamesas. Apesar do impacto inicial, o nascimento ocorreu sem intercorrências, e as meninas apresentaram bom desenvolvimento nos primeiros meses de vida.
A perda de uma das irmãs encerra um capítulo marcado por coragem, fé e mobilização coletiva. O caso reforça os desafios médicos e emocionais enfrentados por famílias em situações raras e complexas, e deixa como legado a importância da empatia e do apoio mútuo em momentos de fragilidade extrema.