Alguns tratamentos contra doenças graves podem gerar efeitos colaterais inesperados, afetando a vida dos pacientes de maneiras além das esperadas. Sabrina Gomes, uma jovem cearense, enfrenta um caso extremo e raro: um tumor em seu corpo provocou uma mudança na tonalidade de sua pele, uma situação que chamou a atenção de médicos e especialistas.
Ela foi diagnosticada com Síndrome de Cushing e um timoma — um tumor no tórax que gera níveis elevados do hormônio ACTH, levando a uma série de complicações metabólicas e físicas.
O tumor de Sabrina causa um excesso de ACTH, que, por sua vez, estimula as glândulas adrenais a produzir cortisol em níveis perigosamente altos. Essa condição hormonal descontrolada desencadeou a Síndrome de Cushing, caracterizada por sintomas como pressão alta, acúmulo de gordura e fadiga severa.
Para tentar controlar os níveis de cortisol, Sabrina passou por uma cirurgia para retirada das glândulas adrenais em 2022. Embora a intervenção tenha reduzido o excesso de cortisol, ela gerou outro efeito: o aumento do ACTH estimulou a produção de melanina, fazendo com que a pele de Sabrina escurecesse.
Agora, Sabrina enfrenta outro desafio. O timoma, com 17 centímetros, está pressionando órgãos vitais como o coração e o esôfago, tornando uma cirurgia de remoção muito arriscada.
Diante disso, os médicos recomendaram um tratamento com lutécio, um medicamento radioativo capaz de atacar células tumorais. Contudo, cada dose do lutécio custa cerca de R$ 32 mil, totalizando quase R$ 130 mil para o tratamento completo, valor que Sabrina não pode arcar sozinha.
Ela buscou ajuda judicial, e apesar de decisões favoráveis determinarem que o governo forneça o medicamento, a espera continua. A história de Sabrina reflete a luta diária de muitos pacientes que, além de lidar com suas doenças, enfrentam obstáculos para acessar tratamentos essenciais.