Em um trágico episódio que chocou os moradores de São Vicente, no litoral paulista, uma vendedora de 40 anos foi brutalmente assassinada pelo companheiro na noite de Natal, diante de seus familiares. Karina Conceição Gonçalves perdeu a vida após uma discussão que se seguiu à ceia natalina, no Conjunto Habitacional Tancredo Neves.
O relacionamento entre a vítima e Eduardo, 36 anos, teve início durante uma saída temporária do sistema prisional, benefício conhecido popularmente como “saidinha”. O casal manteve um relacionamento por aproximadamente cinco anos, período marcado por constantes conflitos e manifestações de violência por parte do agressor.
A brutalidade do crime foi amplificada pelo fato de ter acontecido na presença da mãe da vítima e de suas duas filhas, de cinco e dezesseis anos, frutos de um relacionamento anterior. A violência da cena traumatizou profundamente os familiares que testemunharam o feminicídio.
Ao chegarem ao local do crime, os policiais militares encontraram uma situação ainda mais dramática: o agressor tentou tirar a própria vida utilizando a mesma faca que usou para cometer o homicídio, desferindo golpes contra seu próprio pescoço. Eduardo foi imediatamente detido e encaminhado para atendimento médico, onde permanece sob escolta policial.
O histórico criminal do agressor revela um perfil de extrema violência, conforme destacado pelo delegado Rogério Nunes Pezzuol. Eduardo acumula diversas passagens pelo sistema prisional, principalmente por crimes violentos como roubo, demonstrando um padrão consistente de comportamento agressivo.
Investigações preliminares revelaram que Karina estava buscando encerrar o relacionamento, o que pode ter sido o estopim para o crime. A decisão da vítima de buscar sua liberdade acabou custando sua vida, em mais um caso emblemático de feminicídio no país.
O caso expõe uma realidade preocupante sobre relacionamentos iniciados durante benefícios do sistema prisional, levantando questionamentos sobre a necessidade de maior monitoramento e acompanhamento de detentos que recebem o benefício da saída temporária.
O delegado responsável pelo caso enfatizou a natureza violenta do relacionamento: “Era um casal que brigava constantemente. Ele era uma pessoa muito violenta com diversas passagens pelo sistema prisional. Tem bastante passagem por roubo, sempre crimes violentos. É uma pessoa extremamente violenta.“