O Brasil vive uma epidemia silenciosa e devastadora: o feminicídio. Casos de mulheres assassinadas por seus companheiros ou ex-companheiros se repetem a cada dia, revelando um sistema falho que, muitas vezes, ignora os sinais e apelos de vítimas.
Dados recentes mostram que milhares de brasileiras continuam morrendo dentro de casa, onde deveriam estar mais seguras. A tragédia de Amanda Caroline de Almeida é mais um retrato dessa realidade cruel.
Amanda, de apenas 31 anos, promotora de eventos e mãe de três filhos, foi assassinada de forma brutal por seu ex-marido, Carlos Eduardo de Souza Ribeiro, com quem manteve um relacionamento de 16 anos.
O caso ganha ainda mais notoriedade pelo fato de o casal ter participado em 2023 do quadro “Minha Mulher que Manda”, no programa Domingo Legal, do SBT uma atração leve, em que casais competem cozinhando juntos. Por trás das câmeras, no entanto, a relação era marcada por agressões e abusos.
Segundo boletins de ocorrência e testemunhos de familiares, Amanda havia relatado ter sido agredida fisicamente por Carlos semanas antes do crime. Ele a teria esganado após ela se recusar a reatar o relacionamento.
Com medo de represálias e preocupada com os filhos, ela optou por não denunciá-lo decisão que, infelizmente, é comum entre vítimas de violência doméstica. O crime ocorreu no último dia 19. Após deixar os filhos na casa de Carlos, Amanda saiu com uma amiga.
No retorno, avistou o carro do ex estacionado e desceu antes de chegar em casa. Poucas horas depois, foi morta por asfixia. O corpo, que até agora não foi encontrado, teria sido jogado no Rio Tietê com a ajuda do irmão do agressor, ambos agora presos por feminicídio e ocultação de cadáver.
Esse caso emblemático serve como alerta para a urgência de políticas públicas mais eficazes no combate à violência contra a mulher, e para a necessidade de redes de apoio reais e acessíveis para que nenhuma mulher precise escolher entre a própria segurança e a dos filhos.