O falecimento de uma figura religiosa com impacto global costuma gerar comoção e atenção imediata por parte da mídia, especialmente quando se trata do líder da maior comunidade cristã do mundo.
Com mais de um bilhão de fiéis, a Igreja Católica tem no Papa sua principal representação institucional e espiritual. A morte de um pontífice, portanto, é um acontecimento de proporções históricas, capaz de mobilizar nações, líderes religiosos e autoridades políticas em todos os continentes.
Na manhã desta última segunda-feira (21), o Vaticano confirmou a morte do Papa Francisco às 7h35, no horário de Roma. A notícia gerou uma reação imediata na imprensa mundial, com redes de televisão interrompendo suas programações para cobrir o acontecimento.
No Brasil, canais como Globo, SBT e Band rapidamente ajustaram suas grades para oferecer análises aprofundadas, reportagens especiais e transmissões ao vivo, destacando a importância do pontífice argentino e seu legado no comando da Igreja Católica.
Segundo a coluna Gente, do portal Veja, contrariando essa tendência, a Record TV optou por não alterar sua programação habitual. Segundo informações apuradas, a orientação de manter a grade inalterada partiu da alta direção da emissora, ligada à Igreja Universal do Reino de Deus.
A única referência ao falecimento foi um breve boletim informativo, sem maiores detalhes ou cobertura ampliada. Durante o restante do dia, a emissora manteve foco em atrações de entretenimento e noticiários regionais, ignorando a repercussão internacional do fato.
Essa postura levantou questionamentos sobre como motivações religiosas podem influenciar decisões editoriais. Em um momento de comoção coletiva e relevância histórica, a ausência de cobertura da Record chamou atenção não apenas pela escolha estratégica, mas pelo contraste em relação à postura da maioria dos veículos de comunicação.
O episódio reacende o debate sobre a linha editorial de emissoras com vínculos confessionais e como elas equilibram informação e convicções institucionais em situações de interesse público global.