Nos períodos em que os preços dos produtos essenciais disparam, a indústria alimentícia aproveita para lançar no mercado versões alternativas e mais baratas, que tentam imitar os originais. O café, uma das paixões nacionais, não ficou de fora dessa tendência.
Nos supermercados, consumidores desatentos podem acabar levando para casa um produto que parece café, mas que, na realidade, é apenas uma mistura artificial que imita a bebida.
O chamado “café fake” não passa de um pó sabor café, feito com ingredientes alternativos, como cevada ou milho, e muitas vezes nem contém o grão de café em sua composição.
O grande problema é que as embalagens desse produto são projetadas para confundir o consumidor. Muitas delas imitam as cores, fontes e até nomes de marcas famosas. Além disso, a informação de que se trata de um “pó para preparo de bebida sabor café” geralmente aparece em letras minúsculas na parte inferior da embalagem, dificultando a identificação.
A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) já identificou esse tipo de produto sendo vendido por R$ 13,99 em janeiro de 2025, um valor significativamente mais baixo do que o café tradicional.
No entanto, a Abic alerta que algumas dessas misturas contêm impurezas ou ingredientes proibidos por lei, como cascas e polpa de café, que são consideradas resíduos no processo produtivo.
O Ministério da Agricultura está investigando se esse produto pode ser classificado como fraude, já que, para ser considerado café, o item precisa conter exclusivamente grãos torrados e moídos. Enquanto isso, órgãos de defesa do consumidor alertam para o risco de engano e recomendam atenção redobrada na hora da compra.
Para evitar cair nessa armadilha, a dica principal é ler atentamente o rótulo e verificar a lista de ingredientes. Se a embalagem mencionar cevada, milho ou aromatizantes, desconfie: você pode estar levando para casa um café que, na verdade, nem café é.