O Papa Francisco, que ficou conhecido como o “Papa da Misericórdia” por sua incansável pregação em favor da paz e do desarmamento, especialmente em meio a conflitos como guerra na Palestina, que abalam o mundo e causam diversas mortes, recebeu graves acusações de “papa comunista” e foi alvo de duras críticas por parte de grupos neofascistas de extrema-direita durante seu pontificado.
Bolsonaro e o Papa, tinham alguns conflitos ideológicos que se refletiram em alguns episódios que foram observados pela mídia e que chamaram atenção pela situação de polarização política que uma boa parte do mundo enfrenta.
Um dos episódios que mais alimentaram a animosidade de Bolsonaro contra o Papa ocorreu em 2022, quando Francisco, em entrevista ao jornal espanhol ABC, classificou como “gravíssimo” o uso de fake news para manipular processos judiciais contra líderes políticos, citando diretamente o caso de Luiz Inácio Lula da Silva.
O Papa relatou que “um julgamento justo não pode se basear em notícias falsas”, apontando que a condenação de Lula se iniciou com matérias enganosas na mídia e terminou anulada pelo Supremo Tribunal Federal por suspeita de parcialidade de Sergio Moro.
O Papa Francisco denunciou o lawfare que a lava jato (FARSA) cometia contra o Presidente Lula e também no impeachment da Presidenta Dilma Rousseff! Francisco era justo, não suportava injustiças e as denunciava com coragem! Grande Francisco, descanse em paz!!! pic.twitter.com/nk9WPZ0fck
— CostaJr2026 (@CostaJr2023) April 21, 2025
Mais tarde, em entrevista ao canal argentino C5N, Francisco foi além e declarou que tanto Lula quanto Dilma Rousseff são “inocentes”, Lula, em relação às acusações que o prenderam, e Dilma, no impeachment que a afastou da presidência.
Para ele, o “lawfare” , instrumentalização do sistema judiciário para impedir a ascensão política de adversários, foi aplicado em ambos os casos, criando um “sumário” extenso, mas sem provas concretas de crime, que acabou por condená‑los injustamente.
Essas manifestações públicas do Papa sobre a política brasileira intensificaram o antagonismo entre Francisco e setores da direita brasileira, que viam em suas palavras uma interferência indevida em assuntos internos do país.
Ainda assim, Francisco manteve sua defesa dos princípios de justiça e verdade, reafirmando que o papel da Igreja é zelar por processos limpos e imparciais e proteger os direitos de todos, sobretudo dos mais vulneráveis.