O Supremo Tribunal Federal começou, nesta sexta-feira (09/05), o julgamento contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O julgamento desta vez é sobre o caso de janeiro de 2023, quando os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foram invadidos.
Zambelli foi apontada como mentora intelectual do crime, que foi executado pelo hacker Walter Delgatti. O caso foi investigado pela Polícia Federal, em um inquérito que durou meses e foi concluído em janeiro de 2024.
Meses depois do fim do inquérito, que resultou no indiciamento de Zambelli e Delgatti, foi a vez do procurador-geral a República, Paulo Gonet, prestar denúncia contra a dupla. Agora, o Supremo Tribunal Federal começa a julgar o caso.
Nesta sexta-feira, dois ministros registraram seus votos. Alexandre de Moraes, que foi relator do caso, votou pela condenação de Zambelli a 10 anos de prisão, o pagamento de multa de R$2 milhões em danos coletivos e a perda do mandato. Moraes votou também pela condenação de Delgatti a 8 anos de prisão. A condenação também inclui os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia tem mais uma semana para registrar seus votos, até o dia 16. Ainda nesta sexta (09/05), o ministro Flávio Dino já registrou seu voto e seguiu o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes.
Na denúncia, Gonet afirma que Zambelli foi a autora intelectual do crime (isto é, quem teve a ideia e arquitetou o plano). Delgatti é apontado como recurso técnico encontrado pela deputada. Delgatti ficou conhecido como hacker responsável por vazar documentos sigilosos da Lava-Jato.
Ainda para a PGR, Zambelli orquestrou o plano de invasão ao sistema CNJ com objetivo de “vantagem midiática e política” e “com o fim de prejudicar a credibilidade e o regular funcionamento do Poder Judiciário”.
Gonet ainda destacou que o plano, em última instância, era “tentar colocar em dúvida a legitimidade e a lisura da administração da Justiça“, associando o crime a “atos antidemocráticos“.