Jefferson Luiz Moraes, de 60 anos, ainda vive no apartamento onde a tragédia do bolo envenenado abalou sua vida e a de sua família em Torres, no Rio Grande do Sul.
Em sua primeira entrevista após o incidente, que ocorreu em dezembro e causou a morte de sua esposa Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos, além de outras duas mulheres, ele compartilhou a dor de seguir em frente.
A decoração do apartamento permanece inalterada, com os enfeites de Natal montados por Maida ainda espalhados pelos cômodos. Para Jefferson, o espaço mantém viva a memória da esposa, com quem viveu 32 anos de união.
A tragédia ocorreu durante uma confraternização familiar, onde sete pessoas estavam presentes. O bolo, preparado por Zeli dos Anjos, irmã de Maida, foi consumido por seis delas.
Zeli também foi hospitalizada, mas sobreviveu. A investigação revelou que o doce foi envenenado com arsênio, possivelmente pela nora, Deise Moura dos Anjos, que está presa sob suspeita de ter agido por desavenças familiares.
Jefferson descreveu os momentos de horror quando os primeiros sintomas apareceram. Ele relatou que alguns familiares sentiram gosto ácido no bolo, mas consumiram parte dele antes de passarem mal. Aqueles que vomitaram, como Zeli, sobreviveram.
O casal, que costumava viajar pelo Brasil em um motorhome, tinha uma vida considerada plena. Os dois tinham o sonho de completar o roteiro de viagem visitando os estados brasileiros e eram um casal muito unido.
No momento, a tragédia segue como um caso em investigação. Deise continua a ser a principal suspeita de ter envenenado a farinha do bolo que foi servido, como era de costume pela família, na época de Natal. Muitos lamentam o ocorrido e se chocam com tamanha crueldade aplicada.
