Neste sábado (20), detentos da Penitenciária I de Franco da Rocha, localizada na Grande São Paulo, protagonizaram um motim que culminou em um incêndio dentro da unidade prisional.
O evento, iniciado por volta das 13h, trouxe à tona questões críticas sobre as condições carcerárias e a segurança nas prisões do estado. Não houve reféns e não há informações sobre feridos.
As imagens registradas pelo GloboCop mostraram os presos incendiando lençóis e colchões no pátio da penitenciária. Até o momento, não há relatos de feridos, nem informações sobre o que desencadeou o tumulto.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que a rebelião ocorreu em dois pavilhões e foi controlada por volta das 14h. A superlotação é um problema evidente: a unidade, com capacidade para 914 detentos em regime fechado, abriga 1.926 presos, mais que o dobro do previsto.
Além disso, recebe 265 detentos no regime semiaberto, apesar da capacidade ser para apenas 108. Durante o motim, a polícia interveio por volta das 13h40, dispersando os detentos, que foram encurralados em um dos pátios, alinhados e colocados nus, sentados de costas.
Essa ação rápida e contundente visava retomar o controle da situação e garantir a segurança na unidade. O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado São Paulo (SIFUSPESP) emitiu uma nota, destacando que a rebelião em Franco da Rocha é uma “tragédia anunciada há anos”.
Desde 2022, o sindicato alerta o governo paulista sobre o sucateamento das unidades prisionais e o déficit de policiais penais.
Apesar de esta ser a primeira rebelião em quatro anos, o sindicato revelou preocupantes estatísticas: 18 fugas do regime semiaberto entre dezembro de 2023 e maio de 2024, e 203 agressões a policiais penais nos primeiros cinco meses de 2024, um aumento de 276% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A rebelião na Penitenciária de Franco da Rocha expõe a grave crise no sistema prisional do estado de São Paulo, refletindo a superlotação, a falta de recursos e a necessidade urgente de reformas estruturais.
A situação exige uma resposta imediata das autoridades para garantir a segurança de detentos e funcionários, e para implementar políticas eficazes que previnam novos tumultos e melhorem as condições nas prisões.