Poucas dores são tão intensas quanto a de perder um filho especialmente quando há a esperança da chegada, o quarto arrumado, o nome escolhido e o carinho de uma família inteira à espera.
Para Victor Petrick e Isabelle Raissa, o que deveria ser um dia de nascimento transformou-se em um momento de luto profundo. A bebê do casal, Lara, faleceu durante o processo de indução do parto, no Hospital Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes (PE), um episódio que agora é investigado por suposta negligência médica.
A bebê estava prevista para nascer na segunda, dia 30 de junho, mas Isabelle foi orientada a procurar o hospital no domingo, dia 29 de junho, quando estava com 9 meses e 3 semanas de gestação. Segundo a família, a equipe médica decidiu iniciar a indução do parto com uso de misoprostol, medicamento que provoca contrações.
A avó da criança, Cristina da Silva, afirma ter acompanhado por videochamada o início do procedimento e relata que a filha começou a sentir dores intensas logo após receber duas doses do remédio de forma vaginal, além de uma via oral.
Ela afirma que a equipe médica minimizou as queixas e que houve demora em reagir aos sinais de sofrimento fetal. Em determinado momento, a equipe notou que o batimento da bebê estava acelerado, mas a assistência não teria sido imediata.
Ao romper a bolsa, a médica encontrou mecônio (fezes do bebê), o que indica sofrimento fetal. Pouco depois, o coração da pequena Lara parou. Isabelle foi transferida para outra unidade, mas já era tarde: a criança nasceu sem vida.
Diante da perda e sem respostas, o pai, Victor, entrou no hospital com um capacete e quebrou portas e equipamentos da recepção em protesto. Imagens mostram ele gritando: “Mataram minha filha!”
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O hospital emitiu nota se solidarizando com a família e afirmou que atos de depredação serão apurados. A Prefeitura informou que está à disposição dos familiares para acolhimento. Agora, a dor se mistura à indignação de quem sente que tudo poderia ter sido diferente.
