Um trágico acidente deixou pelo menos 78 mortos após um barco virar no Lago Kivu, na República Democrática do Congo. A embarcação, que transportava 278 pessoas, naufragou na última quinta-feira (3), segundo informações do governador da província de Kivu.
A suspeita é de que o acidente tenha sido causado por superlotação, um problema comum em transportes fluviais na região, especialmente em contextos de deslocamento forçado e precariedade logística.
O momento do naufrágio foi registrado por passageiros que estavam em um barco próximo. Nos vídeos, é possível ver a embarcação se inclinando gradualmente para o lado até ficar completamente de cabeça para baixo.
Cerca de 60 pessoas foram resgatadas com vida, enquanto as demais seguem desaparecidas. Testemunhas relataram que, mesmo em condições de águas calmas, o barco lotado perdeu estabilidade a aproximadamente 700 metros do porto.
O acidente mobilizou familiares das vítimas, que se reuniram em estado de choque na praia enquanto corpos eram retirados da água e colocados em sacos mortuários. A Reuters reportou que muitos choravam e lamentavam a perda de seus entes queridos.
“Eu vi pessoas afundando, muitos foram para o fundo. Eu vi mulheres e crianças afundando na água, e eu mesmo estava à beira de me afogar, mas Deus me ajudou”, disse Alfani Buroko Byamungu, de 51 anos, da cama do hospital
Mushagulua Bienfait, um morador de Goma que perdeu três parentes no acidente, expressou sua indignação ao afirmar que a situação de insegurança nas estradas da região, agravada pela guerra, leva muitos a recorrerem a barcos superlotados como única alternativa de transporte.
Além da superlotação, as causas do acidente ainda estão sendo investigadas. Sobreviventes afirmaram que o barco virou de repente, sem qualquer sinal de problemas climáticos ou agitação nas águas.
As condições precárias de segurança e infraestrutura em áreas de conflito no Congo têm contribuído para um histórico de acidentes semelhantes, evidenciando a vulnerabilidade das populações locais.
O episódio lança luz sobre os desafios enfrentados pelas comunidades congolesas, especialmente aquelas que precisam atravessar o Lago Kivu em meio a um cenário de instabilidade política e social.
Com rotas terrestres comprometidas pela presença de grupos armados, muitas pessoas veem no transporte fluvial a única maneira de se locomover, mesmo que isso envolva riscos elevados.
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A tragédia também ressalta a necessidade de reforçar as medidas de segurança nos transportes aquáticos do país e de melhorar as condições das rodovias, oferecendo alternativas mais seguras para a população.
O governo local prometeu apoio às famílias afetadas e investigações rigorosas para apurar as circunstâncias do naufrágio, mas especialistas apontam que será preciso mais do que isso para evitar que tragédias semelhantes voltem a acontecer.