Uma funcionária da creche onde Salomão Rodrigues Faustino estudava revelou em depoimento à Polícia Civil que a proprietária do estabelecimento, Flaviane Lima, entrou em desespero ao perceber que havia esquecido a criança dentro do carro por aproximadamente quatro horas.
O incidente ocorreu na cidade de Nerópolis, que fica na Região Metropolitana de Goiânia, capital do estado de Goiás e terminou de forma trágica com a morte do menino de apenas dois anos.
Segundo a testemunha, antes da chegada do Corpo de Bombeiros, Flaviane pediu que ela e outra funcionária mentissem, alegando que deveriam dizer aos socorristas que a criança havia sido encontrada desacordada no berçário. No entanto, ambas se recusaram a acobertar a situação.
A defesa da empresária, por meio do advogado Giovanni Caldas Vieira, afirmou que sua cliente está profundamente abalada e vivendo um dos momentos mais difíceis de sua vida.
Ele destacou que Flaviane possuía treinamento em primeiros socorros e tentou salvar a criança assim que percebeu o erro. Segundo a defesa, não houve negligência intencional ou descuido consciente.
De acordo com as investigações, Flaviane era a responsável pelo transporte do menino até a creche. Naquele dia, ao chegar ao berçário, ela seguiu com suas atividades diárias e só percebeu a presença da criança no carro ao final do expediente, quando decidiu ir para casa devido a uma dor de cabeça.
No entanto, a versão da funcionária apresenta um relato diferente. Ela afirmou que, por volta das 16h45, percebeu a ausência de Salomão na sala e questionou Flaviane sobre isso.
Pouco depois, a empresária saiu do local e retornou minutos depois com o menino nos braços, já sem sinais de vida e apresentando um tom arroxeado. Na tentativa de reanimá-lo, Flaviane colocou o corpo da criança na pia e jogou água sobre ele, enquanto expressava desespero, temendo a reação da família.
A funcionária relatou que acompanhou Salomão na viatura dos bombeiros até o hospital, enquanto Flaviane permaneceu na creche, alegando medo de enfrentar os parentes do menino.
A criança foi levada para o Hospital Sagrado Coração de Jesus, mas infelizmente não resistiu. O delegado responsável pelo caso, André Fernandes, afirmou que, apesar da tentativa da empresária de ocultar os fatos no início, isso não prejudica as investigações.
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O velório de Salomão aconteceu na última quarta-feira (19) e foi marcado por forte comoção. Familiares, visivelmente abalados, relataram que, inicialmente, não foram informados sobre a real gravidade da situação. A tia do menino ressaltou que a família precisa de respostas e exige justiça pelo ocorrido.
A mãe de Salomão, Giselle Faustino, devastada pela perda, precisou ser amparada pelos bombeiros durante a despedida. Em um desabafo emocionado nas redes sociais, escreveu sobre sua dor, afirmando que sente como se estivesse em um pesadelo e não sabe como seguirá a vida sem o filho.
O caso continua sob investigação para determinar as responsabilidades e as circunstâncias exatas que levaram à morte da criança. A expectativa da família é que a Justiça tome as medidas cabíveis diante da tragédia.