A Argentina enfrenta uma das situações climáticas mais críticas dos últimos anos. Com chuvas intensas castigando a região norte da província de Buenos Aires e a própria capital, o país entrou em alerta máximo.
O volume anormal de água, que não dá trégua desde sexta, dia 16 de maio, obrigou mais de mil pessoas a abandonarem suas casas. Autoridades lutam contra alagamentos generalizados, rodovias bloqueadas e um cenário que lembra tragédias naturais já vistas em outras partes do continente.
As áreas mais afetadas são os municípios de Campana e Zárate, situados a aproximadamente 90 quilômetros da capital argentina. A tempestade fez rios e córregos transbordarem, alagando ruas, invadindo residências e deixando famílias ilhadas.
O prefeito de Zárate, Marcelo Matzkin, revelou que o acumulado de chuvas já ultrapassou a marca dos 330 milímetros um número considerado extremamente anormal para essa época do ano. Mais de 200 pessoas já foram transferidas para abrigos emergenciais em clubes e centros esportivos, mas esse número deve crescer nas próximas horas.
🇦🇷 Inundações em Buenos Aires, Argentina durante uma forte tempestade de chuva.
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— Carlos Salas (@CarlosS08594935) May 16, 2025
O caos se estende às rodovias: pelo menos sete delas estão comprometidas por “água abundante na pista”, de acordo com o governo da província. Um dos trechos mais afetados é a Rota Nacional 9, vital para o transporte entre Buenos Aires e a fronteira com a Bolívia.
💦 AGORA | Imagens da noite desta sexta (16) da Ruta Nacional, na província de Buenos Aires, mostram a rodovia atingida pela enchente e carros boiando. Já choveu mais de 300 mm em poucas horas e segue chovendo forte. Saiba mais em https://t.co/cCRIo33qLf. pic.twitter.com/3QCrEQNVpH
— MetSul.com (@metsul) May 17, 2025
Caminhões e ônibus ficaram presos no local, com passageiros passando a noite inteira aguardando resgate. Imagens aéreas revelam o estrago: bairros inteiros submersos, veículos boiando e moradores tentando salvar o que resta.
O Serviço Nacional de Meteorologia da Argentina alerta que o temporal continuará até o domingo pela manhã. A tragédia acontece pouco mais de dois meses após inundações fatais em Bahía Blanca, que causaram 18 mortes.
A repetição de eventos extremos levanta preocupações sobre infraestrutura urbana, mudanças climáticas e a capacidade de resposta do governo frente a desastres naturais cada vez mais frequentes.