De forma recente, nesta última segunda-feira, dia 21 de abril, morreu o Papa Francisco, aos 88 anos, e com isso, o seu último pedido foi divulgado e é marcado por um gesto histórico: ele será o primeiro pontífice em mais de um século a ser sepultado fora do Vaticano.
Seguindo seu desejo expresso em 2023, o corpo de Francisco repousará na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, um símbolo de sua devoção à Virgem Maria e de seu compromisso com a simplicidade, o que quebra uma tradição secular.
Desde o século XVIII, os papas são tradicionalmente enterrados nas Grutas Vaticanas, abaixo da Basílica de São Pedro, onde repousam outras figuras. Francisco, no entanto, escolheu a basílica mariana, que visitava frequentemente para orar antes e após viagens internacionais, como seu último repouso.
“Quero ser sepultado em Santa Maria Maggiore por causa da minha grande devoção”, declarou em 2023, reforçando sua ligação espiritual com o local, onde depositou rosários e flores aos pés da imagem Salus Populi Romani, que tem um grande significado.
Além do local, Francisco determinou mudanças no ritual fúnebre. Tradicionalmente, os papas eram colocados em três urnas concêntricas (cipreste, chumbo e carvalho). Ele optou por um caixão único de madeira revestida com zinco, refletindo sua rejeição a ostentações. O design, aprovado em 2022, mostra seu estilo de vida sóbrio e sua crítica às estruturas hierárquicas excessivas.
O Papa enfrentou uma pneumonia bilateral diagnosticada no final de 2024, que o manteve hospitalizado por 40 dias. Mesmo debilitado, fez duas aparições simbólicas: no Sábado de Aleluia (19/4), na Basílica de São Pedro, e no Domingo de Páscoa, dia 20 de abril, quando abençoou fiéis na Praça São Pedro.
O Vaticano iniciou os preparativos para o funeral, que deve reunir milhões de peregrinos a Roma. A cerimônia, prevista para sexta-feira (26/4), será seguida por nove dias de luto oficial. Enquanto isso, fiéis depositam velas e flores na unidade de saúde, onde Francisco foi tratado, e diante da estátua de João Paulo II.
Francisco deixa um legado de reformas pastorais, como a descentralização do poder Vaticano e a inclusão de vozes periféricas. Seu sepultamento em Santa Maria Maggiore não apenas honra sua devoção mariana, mas sela sua imagem como o “Papa do Povo”, um líder que preferiu a proximidade com os fiéis aos protocolos seculares.