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Trilhas de vulcão na Indonésia onde brasileira caiu somam 180 acidentes e 8 mortes em 5 anos

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Juliana Marins, desaparecida em vulcão na Indonésia, é localizada sem vida no Monte Rinjani

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A recente morte da brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani, na Indonésia, chama atenção para os riscos das trilhas no segundo vulcão mais alto do país. O local registrou, nos últimos cinco anos, 180 acidentes e oito mortes, conforme dados oficiais divulgados pelo governo indonésio.

Juliana, de 26 anos, estava em uma viagem pela Ásia quando desapareceu no último sábado (21). Ela teria se distanciado do grupo com quem caminhava em direção ao cume e caiu de um penhasco de 650 metros.

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Seu corpo foi encontrado nesta terça-feira (24). A informação foi compartilhada por familiares por meio de um perfil criado nas redes sociais para acompanhar as buscas.

Segundo o Escritório do Parque Nacional do Monte Rinjani, os acidentes na região vêm aumentando. Em 2020, foram registrados 21 casos. Já em 2024, o número saltou para 60.

Entre os 180 casos de acidentes, 44 envolveram turistas estrangeiros e 136 foram com visitantes locais. As quedas e torções foram os tipos mais frequentes, somando 134 ocorrências.

O Monte Rinjani, com seus 3.726 metros de altitude, é um destino popular entre viajantes em busca de aventura. A trilha até o cume, que pode levar até quatro dias, exige resistência física e preparo adequado, além de enfrentar clima instável e trechos íngremes.

Após o aumento no número de visitantes no período pós-pandemia, o governo da Indonésia emitiu um relatório recomendando a implementação urgente de um Procedimento Operacional Padrão (POP) para operações de resgate, evacuação e segurança dentro do parque.

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O documento oficial reforça a necessidade de novos protocolos que organizem as equipes de salvamento e ofereçam maior proteção tanto aos turistas quanto aos profissionais do setor de turismo.

Apesar do impacto econômico positivo da atividade turística na região, as autoridades alertam para os danos ao ecossistema local e o crescimento nos casos de desaparecimento e acidentes graves.

O governo atribui muitos desses incidentes ao descuido dos próprios visitantes. Entre os fatores mais comuns estão o despreparo físico, o uso de equipamentos inadequados e o desrespeito às rotas demarcadas.

Como forma de tentar conter os acidentes, o parque instalou placas de sinalização em pontos críticos e promove orientações aos trilheiros nas entradas das rotas.

Nos últimos anos, outras tragédias semelhantes ocorreram na mesma região. Entre 2022 e 2025, três turistas estrangeiros perderam a vida em trilhas próximas ao Rinjani.

Boaz Bar Anam, de 37 anos, cidadão português nascido em Israel, morreu em 2022 ao cair de 150 metros enquanto tentava tirar uma selfie na borda do cume. Seu corpo foi localizado após quatro dias de buscas em terreno difícil.

Em 1º de junho de 2024, a suíça Melanie Bohner foi encontrada morta após cair de um barranco durante escalada no Monte Anak Dara, em Sembalun. A área, embora próxima ao Rinjani, não possui trilhas oficiais e o percurso não é recomendado pelas autoridades.

Outro caso envolveu um turista da Malásia, de 57 anos, que caiu de uma ravina de 80 metros na trilha de Torean. O acidente aconteceu em meio a forte neblina, pouco depois de ele recusar ajuda de guias locais.

As três mortes têm algo em comum: quedas em áreas perigosas, geralmente fora das trilhas autorizadas ou sem o uso correto de equipamentos de segurança.

Com o crescente número de ocorrências e o fluxo intenso de turistas, o Monte Rinjani permanece como um desafio não apenas para os aventureiros, mas também para as autoridades locais que buscam equilibrar turismo, conservação ambiental e segurança pública.

Sobre o Autor

VANESSA B

Escreve de tudo um pouco: notícias do dia, curiosidades, ciências... basta ter um bom café pra animar a prosa.