O Brasil, que frequentemente enfrenta acidentes domésticos relacionados a construções antigas ou sem manutenção adequada, registra milhares de ocorrências semelhantes todos os anos, principalmente em regiões de maior vulnerabilidade social.
O risco estrutural de imóveis, muitas vezes ignorado pela falta de condições financeiras ou pelo desconhecimento técnico, agrava ainda mais o perigo. Na noite de sexta-feira, uma menina de sete anos sobreviveu ao desabamento da casa em que morava no bairro Areinha, em Viana, Espírito Santo.
Jasmin Nunes estava sentada no sofá quando a residência desabou, e o móvel, ao virar, acabou servindo como uma barreira protetora contra os escombros. Demonstrando impressionante presença de espírito, a criança conseguiu ligar para sua irmã mais velha, Juliana Nunes, pedindo ajuda enquanto permanecia soterrada.
Infelizmente, seus pais, José Antônio Nunes, de 56 anos, e Joelma de Souza Ferreira, de 48 anos, não resistiram ao acidente. O resgate de Jasmin contou com a participação de vizinhos e das equipes de emergência, que chegaram rapidamente ao local.
Um dos vizinhos, Ruan Pablo Bragança, relatou ter ouvido a ligação da menina para a irmã e ajudado a localizar a criança até a chegada do Corpo de Bombeiros e do Samu. Jasmin sofreu apenas escoriações leves e foi encaminhada para a casa de parentes após receber atendimento médico.
A família morava há cerca de três décadas na residência, que, segundo relatos de parentes, já apresentava sinais de comprometimento estrutural. A Defesa Civil Municipal avaliou o local após o ocorrido, descartando riscos iminentes para as construções vizinhas, mas recomendando atenção contínua.
A tragédia ressalta a importância da fiscalização de imóveis antigos e do fortalecimento de políticas públicas de habitação segura, especialmente para famílias de baixa renda.
Episódios como este mostram o quanto é crucial agir preventivamente, evitando que sinais de alerta sejam negligenciados e resultem em perdas irreparáveis. Não há informação sobre o velório e sepultamento das vítimas.