Na madrugada do último domingo (16/07), uma médica plantonista foi brutalmente atacada por um paciente e sua acompanhante, incomodados por ter que esperar por atendimento.
O caso aconteceu no Rio de Janeiro e os agressores são pai e filha. Sandra Lúcia era a única plantonista atuando no Hospital Municipal Francisco da Silva Telles, em Irajá, zona norte do Rio, naquela madrugada.
Em desabafo após os fatos, Sandra afirmou que era a única responsável por um número surpreendente de 60 pacientes. Em meio ao quebra-quebra promovido pelos agressores, uma idosa de 82 anos faleceu.
Em entrevista ao Uol, Sandra conta que existe uma cultura de desacato muito grande aos médicos plantonistas, mas que nunca havia vivido nada igual, já que as agressões costumam ser verbais.
Além da falta de médicos, Sandra ainda afirma que não existe presença de seguranças na unidade. Em muitas unidades de saúde existem guardas civis ou policiais militares postados, o que não foi o caso.
“Não temos concursos para os profissionais, não temos mais vigilantes, a unidade tem muitos problemas. Na maioria das vezes nós recebemos agressões verbais pesadas, mas dessa vez foi física”, desabafou.
Após as agressões, Sandra recebeu afastamento de cinco dias para se recuperar. Ela pretende retornar ao trabalho, apesar do trauma. Apesar de admitir que esta com medo, ela defende que não vai abrir mão da profissão.
Pai e filha foram presos em flagrante. Os dois estavam no hospital porque o homem tinha um corte leve no dedo. Irritados por ter que esperar, partiram para a violência dentro da unidade.
Apesar de apenas os dois terem sido presos, a médica relata que outros acompanhantes, que também estavam no local, incitaram a violência. Em meio a confusão, Sandra relata que precisou se esconder.