A situação enfrentada em vários municípios do estado do Rio Grande do Sul é dramática. O passar dos dias tem demostrado o quão catastrófica é a situação e o quanto a população vai precisar de ajuda para se reerguer.
Além dos estragos físicos que o estado tem sofrido, com o avanço das águas, o número das vidas perdidas também aumenta. Somado a isso, também o número de pessoas afetadas é ainda desconhecido em sua integridade, embora a estimativa já aponte para dezenas de milhares.
Quem tem visto de perto o estrago são as centenas de socorristas que atuam na região. O grupo conta com bombeiros, policiais, guardas, militares e outras autoridades que se reuniram. Além do contingente local, vários estados também enviaram reforços.
Neste sentido, o tenente-coronel Felipe Sommer, da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), concedeu uma comovente entrevista e falou sobre os esforços de buscas. Felipe comanda a aeronave Águia 07 e revelou o drama por trás de cada resgate.
“A gente teve que fazer escolhas muito difíceis, como por exemplo, quem resgata e quem deixa para trás. Tiveram ocorrências que a gente teve que escolher levar a criança, a mãe e deixar o pai, por conta da capacidade de peso da aeronave. Isso é muito difícil e algo que também abala muito porque, na verdade, queremos salvar todo mundo. Só que não conseguimos. É inviável“, contou.
Felipe conta que em muitos destinos de resgate não existe mais nada. O tenente explica que as referências, como casa tal ou número tal, não existem mais e o que se vê são pessoas sacudindo crianças e abanando lenços, pedindo socorro.
O tenente confessa que quando chegou em Porto Alegre não imaginava o que enfrentaria. Ao NSC, ele admite que a equipe nem sempre consegue segurar as lágrimas diante de tanta tragédia.
