Nessa semana, a Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro decidiu em favor de Benedito Ferreira, que movia uma ação contra o Flamengo. Benedito era segurança do clube e atuou no resgate de alguns dos sobreviventes do incêndio que atingiu o Ninho do Urubu, instalação da base do clube, em 2019.
A decisão, publicada na última terça-feira (02/07), determina que o clube deve reintegrar o segurança em seu quadro de funcionários e pagar uma multa estabelecida em R$600 mil, em caráter indenizatório.
Benedito moveu a ação no mesmo ano em que foi demitido e alegava ter direitos a receber, na esfera cível, trabalhista e previdenciários. Uma das principais alegações foi sobre o dia do incêndio, após o qual o INSS não foi informado, pelo clube, sobre o afastamento do profissional, que se deu por questão do trauma.
Na época, o clube comentou a ação e afirmou que “não existe um motivo especial para a demissão [de Benedito] e que ele recebeu todos os direitos trabalhistas”. A ação pedia uma multa indenizatória de R$2,5 milhões.
No processo, Benedito apresentou laudos que constatavam transtornos de pânico, depressão e adaptação, com agravamento e presença de ideação suicida. Dez meninos da base do clube morreram no dia do incêndio.
A Justiça negou o valor inicialmente pedido pela defesa do segurança, mas determinou o pagamento de indenização moral de R$100 mil, indenização material em R$500 mil, mais o pagamento de pensão até os 78 anos de idade.
Apenas em fevereiro deste ano, o Flamengo encerrou os processos de indenização das famílias das vítimas fatais do incêndio. A conclusão se deu após acordo firmado com a última família, do menino Christian Esmério, que tinha apenas 15 anos de idade e era goleiro.
