A “Erva Daninha Gigante” (Heracleum mantegazzianum) é uma planta que o Reino Unido rotula como a mais perigosa encontrada na natureza, alertando constantemente para o risco de aproximação.
Originária das regiões ao redor do Mar Negro, como Rússia e Geórgia, a planta se proliferou pela Europa e América do Norte entre os séculos 19 e 20, devido a jardineiros que se encantaram por sua imponência e estética. Com uma estatura que pode chegar a 7,5 metros, essa planta foi inicialmente adotada como ornamental em lugares como Virgínia, nos EUA. No entanto, após várias ocorrências de lesões graves, sua venda foi proibida.
Por quê? Bem, simplesmente encostar nos brotos verdes, que se elevam acima de suas flores brancas, pode resultar em queimaduras e bolhas cheias de fluido. O Reino Unido tem uma série de registros de incidentes com lesões severas relacionadas à planta. A Royal Horticultural Society adverte que sua presença abrangente nos países do Reino Unido é um preocupante problema de saúde pública.
No mês anterior, um jovem irlandês, Jayden Channon, de 14 anos, sofreu queimaduras de segundo e terceiro grau após o contato com a planta enquanto cuidava de seu jardim. Esse não é um caso isolado; existem histórias horríveis de cegueira e até amputação devido ao contato com a planta. Para alguns, a sensibilidade resultante pode ser tão extrema que qualquer exposição à luz solar se torna uma ameaça por anos.
Mas, o que faz da Heracleum mantegazzianum uma ameaça tão grande? A resposta está em seus pelos finíssimos, semelhantes a agulhas, espalhados ao longo do caule, e em sua seiva tóxica, rica em uma substância chamada furocoumarina. Quando essa toxina é exposta à luz solar, desencadeia uma reação violenta conhecida como fitofotodermatite. O contato com os olhos pode resultar em cegueira.
Os efeitos da exposição nem sempre são imediatos. As reações podem se intensificar horas ou dias após o contato. Algumas pessoas até experimentam erupções cutâneas meses depois, especialmente quando expostas ao sol. Isso ocorre porque a toxina interage com a melanina da pele, eliminando sua proteção natural contra raios UV.
O NHS, autoridade de saúde britânica, aconselha veementemente que as pessoas evitem qualquer contato. Se exposto, é vital lavar a área afetada rapidamente e buscar ajuda médica imediatamente.
Além dos riscos à saúde humana, a planta representa uma ameaça agrícola, pois sua natureza invasora preocupa fazendeiros europeus que se esforçam anualmente para erradicá-la de suas terras, sempre com cautela para evitar o contato direto.