O uso indevido de posições de liderança espiritual tem revelado casos alarmantes de abuso de confiança, especialmente quando as vítimas se encontram em situações de fragilidade emocional.
Foi o que motivou a prisão de um professor de yoga de 63 anos, conhecido por se apresentar como “guru” e “líder espiritual” no Paraná. O homem foi detido na última sexta-feira (11), na cidade de Florianópolis, caítal do estado de Santa Catarina.
A detenção ocorreu após uma operação conjunta entre a Polícia Militar do Paraná e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Santa Catarina. A prisão é resultado de uma investigação conduzida pelo Ministério Público do Paraná, que começou a partir das denúncias de cinco mulheres.
Elas relataram que o suspeito utilizava sua influência espiritual para manipular emocionalmente as alunas, convencendo-as a participar de atos abusivos sob o pretexto de práticas espirituais ou de desenvolvimento pessoal.
O crime está sendo enquadrado como abuso mediante fraude, um tipo de violência em que a vítima é induzida ao ato por meio de manipulação. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados ao investigado no estado do Paraná.
Nos locais, foram apreendidos documentos, aparelhos eletrônicos e até armas, que agora serão analisados pelas autoridades como parte do inquérito. O Ministério Público revelou ainda que há indícios de um número maior de vítimas, possivelmente incluindo adolescentes.
A instituição reforça que está disponível para acolher novos relatos e oferecer orientação e apoio às pessoas que tenham sido afetadas. A investigação permanece em curso, com o objetivo de identificar outros possíveis envolvidos e garantir justiça às vítimas.
Esse caso lança luz sobre os riscos envolvidos em relações de autoridade mal conduzidas, especialmente em ambientes onde há confiança cega em figuras que se colocam como guias espirituais.
Ele também destaca a importância de vigilância e denúncia, para que práticas abusivas não se perpetuem sob o disfarce de crenças ou terapias. A polícia acredita que devem existir mais vítimas.