Após uma espera de dez anos, o caso envolvendo a morte brutal de uma menina de apenas 12 anos que teve cenário o estado de Santa Catarina voltou a movimentar os tribunais.
O assassinato da jovem Júlia Luany Aymone Alves chocou a opinião pública na época, não apenas pela violência envolvida, mas também pelas suspeitas que recaíram sobre pessoas do seu convívio mais íntimo.
Mortes violentas de crianças dentro do próprio ambiente familiar, embora raras, têm repercussões profundas e costumam atrair atenção intensa tanto da mídia quanto das autoridades.
Nesta semana, o julgamento dos dois principais acusados – a mãe da menina e o padrasto – teve um desfecho inesperado. Ambos foram absolvidos pelo júri popular.
A decisão, surpreendente para muitos, foi justificada pelos jurados de forma distinta: no caso da mãe, eles entenderam que ela não teve participação direta no crime.
Já no caso do padrasto, foi aplicada a chamada absolvição por clemência, recurso legal que permite ao júri libertar um acusado mesmo diante de provas que apontem sua culpa, com base em razões subjetivas ou emocionais, sem a necessidade de justificativa formal.
O crime ocorreu em uma casa de veraneio localizada em Penha, onde o casal trabalhava como caseiro. A menina foi morta a facadas, e desde o início, as investigações apontavam que não havia sinais da presença de terceiros no local, reforçando a tese da acusação contra os responsáveis pela residência.
Mesmo assim, os réus responderam ao processo em liberdade e nunca chegaram a ser detidos preventivamente. Com o resultado, o Ministério Público de Santa Catarina já anunciou a intenção de recorrer da sentença, buscando reverter a absolvição.
Casos como este levantam debates sobre a eficácia dos julgamentos populares em crimes de alta complexidade emocional e jurídica, além de reacenderem discussões sobre os mecanismos de proteção à infância e à integridade familiar.