Um momento de lazer em um dia de calor acabou resultando em uma tragédia em Gaspar, no Vale do Itajaí. Um adolescente de 15 anos, identificado como Ricardo Louis, perdeu a vida após se afogar na tarde deste domingo (2).
Ele estava acompanhado de seus dois irmãos, ambos naturais do Haiti, quando decidiram tomar banho em um ribeirão da região. Em determinado momento, Ricardo e o irmão de 14 anos começaram a se afogar.
Populares que estavam no local conseguiram resgatar o adolescente mais novo, mas Ricardo não teve a mesma sorte. Quando o Corpo de Bombeiros Militar foi acionado e chegou ao local, já não havia mais sinais do jovem.
Para intensificar as buscas, uma equipe especializada foi chamada, contando com o apoio de um mergulhador de Blumenau. Após cerca de dez minutos de procura, o corpo do adolescente foi encontrado a uma profundidade de três metros.
As autoridades locais, incluindo a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Instituto Geral de Perícias (IGP), assumiram os procedimentos no local para a investigação e os trâmites legais.
A tragédia comoveu a comunidade e gerou uma onda de luto, especialmente na Escola Ivo D’ Aquino, onde Ricardo estudava. A instituição divulgou uma nota de pesar expressando profunda tristeza com a perda do aluno e lamentando o ocorrido.
Até o momento, não foram divulgadas informações sobre o velório e o sepultamento do jovem. A fatalidade reforça a importância da atenção redobrada ao entrar em rios, lagos e outros ambientes aquáticos, especialmente em locais sem a presença de salva-vidas, para evitar novas tragédias.
Afogamentos no Brasil
Os afogamentos representam uma das principais causas de mortes acidentais no Brasil, especialmente entre crianças e adolescentes. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), o país registra cerca de 6 mil mortes por afogamento anualmente, o que equivale a mais de 16 óbitos por dia.
Esse tipo de acidente ocorre em diferentes ambientes, como rios, lagos, piscinas e praias, sendo os corpos d’água naturais os mais perigosos. Entre as principais causas de afogamento estão a falta de supervisão de crianças, o consumo de bebidas alcoólicas antes de entrar na água e o desconhecimento de técnicas básicas de natação e salvamento.
Além disso, condições climáticas adversas, como mar agitado e correntezas, também aumentam o risco, principalmente em praias. Outro fator preocupante é que muitos afogamentos ocorrem em áreas onde não há salva-vidas.
Estudos mostram que mais de 70% das mortes acontecem em locais sem monitoramento. Em rios e lagos, a profundidade irregular e a presença de pedras e galhos submersos podem surpreender banhistas, levando a acidentes fatais.
Os dados indicam que os mais afetados são crianças de 1 a 4 anos, que frequentemente se afogam em piscinas residenciais e baldes com água, e adolescentes e jovens de 15 a 29 anos, que costumam se arriscar em águas naturais.
Os homens representam a maioria dos casos, correspondendo a cerca de 80% das vítimas, devido a comportamentos de maior exposição ao risco. Para reduzir os índices de afogamento no Brasil, especialistas recomendam:
- Supervisão constante: Crianças devem ser acompanhadas de perto por um adulto ao entrar na água.
- Uso de coletes salva-vidas: Principalmente em atividades náuticas ou para pessoas que não sabem nadar.
- Evitar nadar sozinho: O risco de afogamento é maior quando não há ninguém por perto para prestar socorro.
- Não misturar álcool e água: O consumo de bebidas alcoólicas reduz os reflexos e a capacidade de julgamento.
- Escolher locais seguros: Priorizar praias e piscinas com a presença de guarda-vidas.
O afogamento é um evento silencioso e rápido, podendo ocorrer em poucos minutos. A conscientização sobre os riscos e o respeito às regras de segurança são fundamentais para evitar tragédias e salvar vidas.