Uma jovem de 24 anos foi presa preventivamente em Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, sob acusações de perseguição, injúria e ameaça contra um dentista e sua namorada.
A detenção ocorreu na segunda-feira (3), no bairro Morro do Matadouro, mas a informação foi divulgada pela Polícia Civil apenas no dia seguinte. O caso ganhou relevância devido ao descumprimento de medidas cautelares impostas pela Justiça, o que levou à solicitação do Ministério Público para sua prisão preventiva.
A perseguição teve início em 2019, quando a mulher, cujo nome não foi revelado, procurou o dentista para um tratamento odontológico na cidade de Itapema, na mesma região.
Desde então, passou a assediá-lo de forma insistente. Em 2024, um termo circunstanciado foi registrado contra ela pelo crime de stalking, previsto na legislação brasileira desde 2021.
A Justiça determinou que a suspeita mantivesse distância das vítimas e não tivesse qualquer tipo de contato, seja pessoalmente ou pelas redes sociais. No entanto, segundo a Polícia Civil, ela ignorou essas determinações e intensificou as perseguições nos últimos meses.
As investigações apontam que a mulher enviava mensagens com insultos e ameaças ao dentista e à namorada, utilizando celulares de terceiros e e-mails falsos para dificultar sua identificação.
Além disso, passou a monitorar os locais frequentados pelo casal, como residências, ambiente de trabalho e restaurantes, ampliando o clima de intimidação. Diante da reincidência, o Ministério Público solicitou a prisão preventiva, que foi acatada pela Justiça.
Após a detenção, a suspeita foi encaminhada ao presídio de Itajaí. Segundo o delegado Ícaro Malveira, responsável pelo caso, ela já havia sido ouvida durante o procedimento do termo circunstanciado e admitiu parte das ações. O delegado reforçou que não houve qualquer envolvimento amoroso entre a mulher e o dentista, sendo a relação restrita ao atendimento profissional.
O crime de stalking, muitas vezes confundido com uma simples curiosidade sobre a vida alheia, configura-se quando a perseguição se torna insistente e afeta a liberdade da vítima, gerando medo e transtornos psicológicos.
Para assistir ao vídeo CLIQUE AQUI!
Com a inclusão dessa conduta no Código Penal em 2021, as autoridades passaram a contar com um respaldo legal mais rigoroso para punir quem comete esse tipo de crime, que pode resultar em penas de reclusão de seis meses a dois anos, além de multas.
“O que caracteriza o crime é quando há uma ameaça à integridade física ou psicológica da pessoa, restringindo uma capacidade de se locomover ou perturbando a liberdade ou a privacidade do alvo”, explicou Nayara Caetano Borlina Duque, delegada da Polícia Civil, em entrevista ao g1, em 2021.
