Com a chegada das estações mais frias, o aumento de doenças respiratórias entre a população, especialmente em grupos vulneráveis como crianças e idosos, acende um sinal de alerta em diversas regiões. Em Minas Gerais, esse cenário levou o governo estadual a declarar, nesta sexta-feira (2), situação de emergência em saúde pública.
A decisão foi oficializada por meio de decreto assinado pelo governador Romeu Zema e terá validade por 180 dias, com objetivo de intensificar ações de vigilância e reorganizar o sistema de saúde diante do avanço dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
A medida surge após um crescimento significativo nos diagnósticos da síndrome, sobretudo em crianças menores de cinco anos. Regiões como Montes Claros, Governador Valadares, Diamantina, Coronel Fabriciano e Belo Horizonte estão entre as mais afetadas, apresentando taxas acima da média estadual.
Diante disso, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) assumirá a responsabilidade de definir diretrizes e editar normas complementares para conduzir as ações de enfrentamento durante o período emergencial.
Um dos principais pontos do decreto é a criação do Centro de Operações de Emergências em Saúde por Síndrome Respiratória Aguda Grave (COE-Minas-SRAG), que será responsável pela coordenação e monitoramento das medidas em todo o estado.
A iniciativa faz parte de um planejamento que vem sendo desenvolvido desde o ano anterior, focado na preparação para o impacto sazonal das doenças respiratórias típicas do outono e inverno.
De acordo com dados divulgados, até 30 de abril de 2025, Minas Gerais registrou 26.786 internações por SRAG e 334 mortes. A maioria das hospitalizações está concentrada em crianças de até um ano e idosos com mais de 60 anos.
Apesar do número total de casos se manter próximo ao registrado no mesmo período de 2024, houve redução significativa nas mortes em comparação ao ano anterior, que contabilizou 862 óbitos até abril.
O município de Belo Horizonte já havia tomado medidas semelhantes, declarando emergência local em razão do aumento da demanda por internações pediátricas.
Entre o fim de março e abril, o número de solicitações por leitos quase triplicou. A prefeitura anunciou, como resposta imediata, a criação de 30 novos leitos de enfermaria pediátrica para atender à crescente procura. Esse cenário reforça a importância da prevenção e do fortalecimento da rede de saúde pública para lidar com surtos sazonais.
A mobilização antecipada e a ampliação da capacidade hospitalar são estratégias essenciais para evitar colapsos nos atendimentos, especialmente em períodos de alta circulação de vírus respiratórios.