Muitas decisões políticas geram polêmica, mas algumas são vistas como contraditórias e até hipócritas pelos usuários das redes sociais. Foi o que aconteceu com a recente decisão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que determinou um sigilo de 100 anos sobre sua carteira de vacinação.
A atitude repercutiu de forma intensa, especialmente porque o próprio governo tem defendido abertamente a transparência e a vacinação em diversas ocasiões. O pedido de acesso ao documento foi feito via Lei de Acesso à Informação (LAI) pela coluna do jornalista Tácio Lorran, do portal Metrópoles.
No entanto, a solicitação foi negada com base na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que considera informações de saúde como dados sensíveis e, portanto, protegidos por sigilo.
De acordo com o ouvidor-geral do Ministério da Justiça, Sergio Gomes Velloso, a legislação prevê que informações pessoais, relacionadas à intimidade e vida privada, podem ser mantidas em sigilo por até um século.
Apesar de negar a divulgação do cartão de vacina, o Ministério da Justiça afirmou em nota que a caderneta de vacinação de Lewandowski está completa. No entanto, o argumento não foi suficiente para conter a enxurrada de críticas online.
Muitos internautas questionaram por que um ministro de Estado precisaria esconder algo tão simples, enquanto outros apontaram incoerência com a postura do governo em relação à transparência de dados públicos.
A polêmica acendeu um debate mais amplo sobre o uso do sigilo de 100 anos em documentos governamentais, uma prática que tem sido amplamente utilizada em diferentes gestões e que gera cada vez mais questionamentos por parte da sociedade.
Enquanto isso, nas redes sociais, o episódio segue alimentando discussões sobre transparência, direito à privacidade e os limites da proteção de dados pessoais para figuras públicas.