A Polícia Civil de Santa Catarina solicitou à Justiça a exumação do corpo de Ricardo Godoi, empresário de 46 anos, morto após ser submetido a uma anestesia geral para realizar uma tatuagem nas costas em Itapema.
O pedido busca esclarecer a causa da morte, que ocorreu na segunda-feira (20), antes mesmo de o procedimento ser iniciado. O empresário foi enterrado na terça-feira (21) sem que fosse realizado um exame cadavérico.
Segundo o delegado Aden Claus, a ausência de familiares ou autoridades médicas para notificar a polícia contribuiu para que a perícia inicial não fosse feita. O caso só chegou ao conhecimento das autoridades por meio da repercussão nas redes sociais. A investigação busca apurar se houve negligência ou erro, e a exumação é considerada essencial para verificar indícios de um possível homicídio culposo.
O que aconteceu?
Ricardo havia compartilhado em suas redes sociais na manhã do dia 20 que passaria por um procedimento cirúrgico, com previsão de término às 16h. No entanto, ele morreu por volta do meio-dia, pouco após ser sedado em uma unidade hospitalar, na cidade de Itapema, localizada no interior do estado de Santa Catarina, onde a tatuagem seria feita por uma equipe de três tatuadores.
Conforme relatos, Ricardo sofreu uma parada cardiorrespiratória logo após a aplicação da anestesia geral. Apesar da tentativa de reanimação por um cardiologista, ele não resistiu.
A certidão de óbito aponta que a morte teria sido causada por uma parada cardíaca associada ao uso de anabolizantes. No entanto, a esposa da vítima afirmou que ele não utilizava essas substâncias há pelo menos cinco meses.
A polícia considera as informações contraditórias e já requisitou prontuários médicos, exames realizados e os nomes da equipe técnica que participou do procedimento.
Repercussão e investigação
O tatuador responsável afirmou que todos os exames pré-operatórios foram realizados e aprovados, e que um anestesista qualificado foi contratado, com documentação validada pelo hospital.
O procedimento, regulamentado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), seria destinado a clientes que desejam evitar dor e completar tatuagens em uma única sessão. A defesa também garantiu que toda a infraestrutura médica necessária foi disponibilizada.
Amigos e familiares de Ricardo questionam as circunstâncias do caso e apontam falta de explicações por parte do anestesista e da equipe médica. Um amigo próximo afirmou que a situação “parece muito mal contada” e acusou os envolvidos de tentarem encobrir o que realmente aconteceu.
A Polícia Civil continuará ouvindo depoimentos e analisando os documentos solicitados ao hospital. A exumação do corpo será fundamental para esclarecer os eventos que culminaram na morte do empresário, enquanto o caso segue em investigação.