Uma reviravolta marcou o caso do bolo envenenado que chocou o Rio Grande do Sul. Deise Moura dos Anjos, principal suspeita das mortes por envenenamento em Torres, foi encontrada sem vida na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba nesta quinta-feira.
A descoberta ocorreu durante a conferência matinal realizada pelos agentes penitenciários. Segundo informações oficiais da Polícia Penal, a detenta estava sozinha na cela quando foi encontrada sem sinais vitais.
O delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil do RS, confirmou que Deise era investigada pela morte de três pessoas após consumirem um bolo envenenado com arsênio, além do falecimento do sogro em setembro de 2024.
A tragédia inicial aconteceu durante uma reunião familiar em Torres, quando sete pessoas da mesma família compartilharam um bolo preparado em Arroio do Sal. O encontro, realizado próximo ao Natal, terminou com as vítimas apresentando graves sintomas de intoxicação.
O caso resultou na morte de três mulheres: Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, que sofreram parada cardiorrespiratória, e Neuza Denize Silva dos Anjos, que faleceu por choque pós-intoxicação alimentar.
A investigação revelou que Zeli dos Anjos, sogra da suspeita, era o principal alvo do crime. Curiosamente, ela foi a única pessoa que consumiu duas fatias do bolo e sobreviveu, recebendo alta hospitalar em janeiro deste ano.
O caso ganhou nova dimensão quando a polícia começou a investigar a morte do sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos, ocorrida em setembro. A exumação do corpo revelou a presença de arsênio, relacionando sua morte a uma intoxicação após consumir bananas e leite em pó fornecidos pela nora.
As autoridades afirmam que Deise teria arquitetado um plano complexo visando eliminar membros da família. A presença da mesma substância tóxica em diferentes episódios estabeleceu um padrão criminoso.
Equipes de socorro foram acionadas imediatamente após a descoberta do corpo na penitenciária, mas apenas puderam constatar o óbito. A Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias iniciarão as investigações sobre as circunstâncias da morte.
Uma criança de 10 anos, também presente no encontro familiar, sobreviveu ao envenenamento e recebeu alta hospitalar. Este fato adiciona uma camada ainda mais dramática ao caso que chocou a comunidade gaúcha.