Rachel Sheherazade por muitos anos foi um dos principais nomes do jornalismo do SBT, mas acabou deixando a empresa de forma polêmica depois de sofrer censura por parte da direção. Contratada para dar opinião, a jornalista foi proibida de opinar depois de criticar o atual presidente da república, Jair Bolsonaro.
Com a saída da emissora, Rachel entrou com processo contra a empresa e também Silvio Santos. Em relação ao SBT, a jornalista pedia reconhecimento do vínculo empregatício e acerto de contas; já contra Silvio Santos, a jornalista alegava assédio.
O processo chegou ao fim após decisão da 14ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região de São Paulo favorável às alegações da jornalista. Segundo decisão da Justiça, Rachel deverá receber R$500 mil em indenização.
No processo, Rachel alegava ter sofrido assédio quando Silvio Santos, em 2017, durante o Troféu Imprensa, afirmou que a jornalista havia sido contratada para “ler notícias” e não para dar opinião.
Em sua decisão, a juíza Raquel Gabbai de Oliveira destacou o tom misógino da afirmação, feita em rede nacional. Na decisão, a juíza ainda escreve que o empresário repreendeu a funcionária de forma pública e a rebaixou, por questões de gênero, ao expressar que a jornalista “deveria servir como simples objeto falante de decoração”.
Além disso, Rachel também alegava que a emissora havia firmado contrato com pessoa jurídica para driblar direitos trabalhistas. O colegiado também acatou a alegação da jornalista e reconheceu o vínculo empregatício, reconhecendo que a jornalista não tinha total autonomia e que exercia papel de empregada.
