A direção da Escola Estadual Carlos Góes, no Bairro Boa Vista, Belo Horizonte, tem sido criticada após um episódio de ameaça em março deste ano. Uma professora, que não quis se identificar, é quem faz a denúncia.
A docente conta que trabalhava redação com os alunos quando recebeu a ameaça. “Ele escreveu um texto narrando meu assassinato, dando detalhes e no final era ele o assassino”, descreveu a docente.
O aluno em questão, de 16 anos, é uma figura problemática na escola. A professora conta que o garoto tem comportamento explosivo e violento, e que há notícia de que ele já teria tentado esfaquear a própria mãe.
Logo após receber a ameaça, a professora procurou a delegacia e a diretoria da escola, mas conta que nada foi feito. Por medo, ela decidiu não voltar a unidade enquanto nenhuma medida for tomada.\n\n“Eles não deram nenhuma informação (…) Simplesmente só queriam saber se ela ia continuar faltando ou não”, descreve o advogado da professora, que denuncia a inércia da direção escolar.
Segundo o advogado Jordan Afonso, nesse caso a expulsão do aluno poderia ser colocada em prática, assim como a transferência da docente.
A professora ainda conta que o vice-diretor da unidade chegou a dizer que a ameaça era “da boca para fora”, o que a deixou ainda mais insegura. O mesmo profissional relatou que o adolescente já teria agredido a mãe.
Ainda segundo a docente, ela nunca teve problemas com o aluno diretamente. O único atrito que ela se recorda foi durante uma conversa. O aluno se identifica como gênero neutro e pede para não ser tratado no masculino.
A professora relata que, nesses casos, por se tratar de um menor, é necessária a ciência dos pais para que o tratamento seja feito no gênero desejado pelo menor. Segundo ela, o aluno não teria ficado satisfeito.
No entanto, a docente acredita que a ameaça não seja exclusiva a ela, já que o mesmo aluno já teve problemas na escola antes. “Um aluno desse é uma ameaça para toda a escola“, declarou.
