O vídeo publicado por Carla Zambelli nas redes sociais, no qual confirma estar fora do Brasil, gerou uma verdadeira avalanche de reações políticas, jurídicas e sociais. O conteúdo, que rapidamente viralizou, evidenciou a ausência da deputada no país justamente às vésperas de um desfecho decisivo em sua condenação.
O episódio, que muitos enxergaram como tentativa de fuga, mobilizou o Supremo Tribunal Federal e levou o ministro Alexandre de Moraes a tomar medidas enérgicas e inéditas. Nesta quarta, dia 4 de junho, Moraes decretou a prisão preventiva de Zambelli.
Além disso, ele determinou sua inclusão na lista vermelha da Interpol, acionando a Polícia Federal para os trâmites internacionais. A deputada, condenada a 10 anos de prisão por ataques ao Estado Democrático de Direito, se apresentou como “licenciada do mandato para tratamento médico na Europa”.
Entretanto para o ministro do STF, a viagem tem caráter claro de evasão. Além do pedido de prisão, Moraes impôs uma série de bloqueios: salários, contas bancárias, bens, veículos, redes sociais e até mesmo o passaporte diplomático foram suspensos.
O objetivo é inviabilizar qualquer tentativa de articulação ou retorno às atividades digitais que, segundo ele, continuam propagando condutas criminosas. Também foi estabelecida multa diária de R$ 50 mil caso ela insista em publicações com conteúdo semelhante.
A Procuradoria-Geral da República, por meio de Paulo Gonet, solicitou o sequestro de bens e reforçou que a prisão preventiva visa garantir a aplicação da lei penal, e não antecipar a pena já determinada. Para a PGR, a deputada está em situação de fuga deliberada, já que declarou publicamente que permanecerá na Europa.
Além dessa condenação, Zambelli segue sendo investigada em outros dois inquéritos no STF: o das fake news e o das milícias digitais. A parlamentar também teve seu mandato cassado pelo TRE-SP, com inelegibilidade por oito anos decisão ainda pendente de recurso no TSE.