Bolsonaro vive um momento bastante delicado depois de ser denunciado pela PGR por tentativa de golpe de estado. O ex-presidente já tinha sido indiciado pela Polícia Federal, que conduziu o inquérito, e agora deve se tornar réu.
Após a denúncia da PGR, os trâmites são os seguintes: o relator do caso, Alexandre de Moraes, deve decidir se acata ou não a denúncia. Uma vez acatada, a denúncia será encaminhada a Primeira Turma da Suprema Corte.
Bolsonaro deve responder por vários crimes, incluindo:
- liderança de organização criminosa armada
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- golpe de Estado
- dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da união
- deterioração de patrimônio tombado
Mas não para por aí. Atualmente, a Procuradoria Geral da República ainda tem outros dois inquéritos para avaliar. Bolsonaro ainda pode ser denunciado pelos casos das joias sauditas e da fraude nos cartões de vacina.
Apesar de tudo isso, Bolsonaro tentou manter um clima positivo nesta terça-feira. O ex-presidente esteve no Senado Federal, nesta terça, para fazer lobby em prol da aprovação de uma nova Lei de Anistia.
Caso seja aprovada, a Lei pode beneficia-lo no caso em que foi denunciado. A passagem pelo Senado aconteceu antes da decisão da PGR e foi marcada por uma declaração do ex-presidente à imprensa.
Questionado sobre a possibilidade de ser denunciado à Suprema Corte, Bolsonaro negou apreensão. “Olha para a minha cara. O que tu acha? Eu não tenho nenhuma preocupação com as acusações. Zero”, afirmou.
Apesar da aparente calma, Bolsonaro já demostrou certa inquietação em outras ocasiões. Há algumas semanas, por exemplo, o ex-presidente afirmou que poderia fugir do país se quisesse, mesmo sem passaporte.
“Eu não sou réu. Eu posso fugir agora, qualquer um pode fugir”, declarou em janeiro. Em outras declarações, Bolsonaro alega inocência e também apontou para uma suposta perseguição de Alexandre de Moraes.