Premonição? Mãe de vítima do ataque a Blumenau faz relato arrepiante sobre os últimos dias com filha: ‘Mamãe, não fica brava, mas eu queria conhecer o céu’

A bancária Regina Maia fez um desabafo arrepiante sobre os últimos dias que esteve ao lado da filha Larissa Maia, uma das vítimas fatais do ataque à creche Cantinho Bom Pastor, localizada em Blumenau no último dia 5 de abril.

Assim como as outras mães e familiares das vítimas do ataque, Regina tenta entender o porquê de tanta violência.

Ela contou que Larissa foi fruto de seu casamento com Robson, foi muito desejada e amada e mesmo depois da separação do casal, eles sempre cuidaram da filha e continuam muito amigos.

Regina revelou que há cerca de um mês começou a se sentir muito triste, desanimada, sem apetite, com um aperto no peito que ela não conseguia entender, hoje ela acredita que de alguma maneira sentia que algo de muito ruim estava por acontecer.

Outro detalhe também chamou a atenção de Regina, segundo ela, é que a filha Larissa passou a fazer perguntas sobre a morte, sobre como era o céu e estava preocupada se lá havia comida.

Regina disse que não gostava muito de falar sobre a morte com a filha e quando ela questionava dizia que quando uma pessoa morre vira uma estrelinha no céu, como o vovô materno, que faleceu há 3 anos.

Na quarta-feira (5), ela chamou Larissa logo pela manhã, a garotinha estava com preguiça de se levantar, mas mesmo assim se vestiu para seguir para a escola, contudo, não era para a garotinha estar na creche naquela manhã.

De acordo com Regina, pela manhã ela estudava em uma escola municipal e somente à tarde ia para a creche particular, e naquele fatídico dia, por causa de uma reunião na instituição de ensino pública não houve aula.

Foi por isso que Larissa foi de manhã para a creche e Regina seguiu para o banco onde trabalha.

Por volta das 9h da manhã ela começou a receber ligações, mas como estava atendendo um cliente, demorou um pouco para responder as chamadas e foi então que seu mundo caiu.

Regina afirmou que nenhum pai está preparado para enterrar um filho e que não sabe de onde tirou forças para se despedir da filha.

A mãe da pequena revelou que em uma das últimas conversas com Larissa a pequena lhe disse: “Mamãe, não fica brava, mas eu queria conhecer o céu.”

“Já me perguntei tantas vezes: por que com ela? Não era para Larissa estar lá”. — Regina Maia, mãe de Larissa Maia Toldo