Na madrugada da última quarta-feira, o Rio de Janeiro foi palco de um crime cruel e chocante. Um homem em situação de rua, que dormia na calçada, teve o corpo incendiado por um adolescente.
O infrator já foi identificado e apreendido pela polícia, mas a frieza da ação deixou até mesmo os agentes surpresos. Em contato com a imprensa, o delegado Cristiano Maia admitiu que poucas vezes viu algo parecido.
“Poucas vezes eu vi um detido com tamanha frieza e crueldade porque a vítima, o morador de rua, ela estava dormindo e [o ataque foi] sem motivo algum, dois indivíduos, apenas pra mostrar que são capazes de fazer essa barbaridade, fazem”, afirmou.
Ainda de acordo com o delegado, o adolescente faz parte de grupos extremistas e com inclinações neonazistas. O atentado teria sido resultado de um desafio feito em um desses grupos, na plataforma Discord.
“Ele seria movido por um desafio de se vangloriar perante os outros participantes [da rede social] e que ele teria recebido um valor em torno de R$ 2 mil por um indivíduo ainda não identificado”, relatou.
Além do adolescente, a polícia também já identificou e prendeu um segundo envolvido. Miguel Felipe dos Santos Guimarães da Silva foi preso após ser identificado como responsável por filmar e transmitir o crime ao vivo.
Segundo a polícia, ambos fazem parte do grupo em que incitam crimes de ódio e fazem apologia ao nazismo. Nos aparelhos de ambos os detidos, a polícia ainda achou conteúdo de pornografia infantil.
A vítima do ataque foi identificada como Ludierley Satyro José, de 46 anos. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Lourenço Jorge, onde tem o quadro considerado estável. Ludierley teve 60% do corpo queimado durante o ataque.