O Brasil ainda tenta assimilar o impacto emocional provocado pelo grave acidente com um balão de ar quente em Praia Grande, Santa Catarina. O episódio, que deixou oito mortos e 13 sobreviventes, gerou uma onda de comoção em todo o país especialmente após virem à tona os relatos de quem viveu os momentos mais tensos daquele voo.
Entre as vozes ouvidas pelas autoridades está a do piloto Elves de Bem Crescêncio, responsável pela aeronave. Em depoimento, ele se emocionou ao lembrar do que chamou de “minutos fora de controle”.
Segundo Crescêncio, o incêndio começou no piso do cesto e se espalhou rapidamente, alcançando o cilindro de gás. Ele relatou que, em um ato instintivo, tentou conter as chamas com os próprios pés antes de recorrer a um extintor que falhou no momento mais crítico.
Sem alternativas e vendo o fogo se intensificar, o piloto orientou os passageiros a se abaixarem e esperarem o toque no solo para então tentarem saltar. Parte do grupo conseguiu seguir a instrução e pulou durante o pouso forçado.
No entanto, com a redução de peso, o balão voltou a ganhar altitude, levando com ele os ocupantes que não haviam conseguido sair. Poucos instantes depois, a estrutura em chamas caiu.
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Crescêncio, que possui licença da ANAC para operar balões, afirmou que o voo começou com clima estável e nenhum indício de problema técnico. Ele permaneceu no local após o acidente, acionou o 190 e cooperou com as autoridades.
A Polícia Civil investiga se houve falha mecânica ou negligência, enquanto a ANAC analisa os registros da aeronave. A empresa responsável pelo passeio, Sobrevoar, informou que segue os protocolos exigidos e que está prestando assistência às famílias das vítimas.
O depoimento do piloto pode ser decisivo para esclarecer os fatores que culminaram nesse episódio que marcou a aviação turística brasileira.