Um caso chocante de violência familiar abalou a comunidade da cidade de Salvador, capital do estado da Bahia, nesta quarta-feira (25), quando o pescador Adilson Gomes Pereira dos Santos foi preso após esfaquear o próprio filho, de apenas quatro anos.
Adilson levou o menino para alto-mar em um passeio de pesca que, segundo relatos, terminou de forma trágica. O homem atacou a criança com um facão enquanto ela dormia no barco e gravou o ato com a câmera frontal do celular. Após o ataque, Adilson retornou à praia e pediu ajuda para socorrer o filho, que foi levado a uma unidade médica em estado grave.
De acordo com informações de testemunhas, o crime foi motivado por uma tentativa de vingança contra a ex-companheira, mãe da criança. O relacionamento entre Adilson e a mulher havia terminado há dois meses, mas ele não aceitava a separação e já havia feito ameaças.
No entanto, a mãe nunca acreditou que ele pudesse ferir o próprio filho. Durante a noite que começou como um passeio inocente, Adilson teria tido um surto psicótico e cometido o crime de forma premeditada.
O menino sofreu golpes profundos na barriga e, após receber os primeiros socorros em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), foi transferido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou por cirurgia.
Seu estado de saúde é considerado estável, mas ainda inspira cuidados. Enquanto isso, Adilson tentou tirar a própria vida na UPA, mas foi contido e encaminhado para a delegacia após receber atendimento médico.
Amigos e conhecidos do pescador relataram que ele fazia uso de medicamentos controlados sem acompanhamento médico e que apresentava sinais de instabilidade emocional. Eles acreditam que, no momento do crime, ele estava em surto.
“Aquilo para mim não é o Adilson que eu conheço. O Adilson para mim é uma pessoa super gente boa, brincalhão. Ele não tinha acompanhamento médico nenhum, não sei como comprou [os remédios]. Sei que ele estava tomando remédio até para dormir, estava vendo coisas dentro de casa, com o psicológico abalado”, relou um conhecido do pescador que pediu para não ter seu nome revelado.
O caso levanta discussões sobre a necessidade de atenção à saúde mental e às dinâmicas familiares, especialmente em situações de término de relacionamento, quando o risco de violência pode aumentar.
O episódio gera consternação e alerta para a importância de identificar sinais de comportamento agressivo e buscar apoio psicológico.
A violência contra crianças, especialmente em um contexto familiar, deve ser tratada com seriedade pelas autoridades e pela sociedade, buscando evitar que tragédias como essa se repitam.
A polícia segue investigando o caso e a motivação do crime, enquanto a criança permanece sob cuidados médicos e familiares aguardam sua recuperação.