O Brasil enfrenta um alarmante número de casos de violência doméstica que terminam de forma trágica, destacando a necessidade urgente de proteção às vítimas. Um desses casos chocou a Baixada Fluminense no último domingo, dia 26 de janeiro, com a morte da personal trainer Ilinês Valesca Carnaval da Silva, encontrada sem vida em sua residência em Belford Roxo.
O principal suspeito é seu marido, Valdenir da Silva Almeida, preso sob acusação de feminicídio. De acordo com investigações, a morte foi resultado de asfixia mecânica, uma tentativa de forjar um suicídio.
O caso, inicialmente tratado pela 54ª DP (Belford Roxo), foi transferido para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Ilinês já havia relatado episódios de agressão a familiares, enviando áudios onde mencionava o medo de denunciar seu companheiro, um professor de educação física.
Em uma das mensagens, a vítima chorava ao descrever os ataques e pedia ajuda para formalizar uma denúncia. A relação, que durou apenas seis meses, era marcada por episódios de violência física e psicológica, agravados por ciúmes e possessividade.
No Réveillon, Ilinês chegou a registrar um boletim de ocorrência contra Valdenir, mas acabou retirando a queixa, temendo que ele perdesse o emprego. Dias antes de sua morte, Ilinês já havia preparado malas para deixar a residência e relatado aos parentes sua intenção de abandonar o relacionamento.
O suspeito foi preso após a emissão de um mandado temporário e, durante depoimento, alegou que a vítima era depressiva e fazia uso de medicamentos—a versão foi desmentida pela família. Valdenir chegou a ser hostilizado por populares ao chegar na delegacia.
Esse caso expõe, mais uma vez, a urgência de políticas públicas eficazes para a proteção de mulheres em situações de risco. A morte de Ilinês não deve ser apenas um número nas estatísticas, mas um lembrete da luta contínua contra a violência de gênero.