O armazenamento incorreto de produtos de limpeza em embalagens de uso comum, como garrafas de refrigerante, é uma prática arriscada que pode causar consequências devastadoras. Apesar dos inúmeros alertas, esse hábito persiste em muitos lares brasileiros.
E, infelizmente, uma dessas escolhas resultou em uma perda irreparável na cidade de Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte. Na última segunda, dia 16 de junho, uma criança de apenas dois anos ingeriu acidentalmente um produto químico conhecido como limpa-prata.
O produto estava armazenado em uma garrafa pet. O líquido foi confundido com refrigerante durante a correria de uma mudança familiar. A criança acabou tendo acesso à substância, que havia sido deixada sobre a cama enquanto os adultos se organizavam.
A mãe estava fora de casa, a avó cozinhava e o padrasto montava um berço e, em um momento de descuido, o acidente aconteceu. A prima da vítima, Nayara Walker, compartilhou a história nas redes sociais em tom de alerta.
Segundo ela, o menino foi levado às pressas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ibirité e, depois, transferido ao Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. No entanto, a família alega que houve falhas no atendimento inicial, como a ausência de procedimentos básicos, incluindo lavagem gástrica.
O quadro do menino evoluiu rapidamente e, após duas paradas cardíacas, ele não resistiu. A conduta médica está sendo questionada pelos familiares, que acreditam que medidas mais eficazes poderiam ter aumentado as chances de sobrevivência.
Até o momento, a prefeitura de Ibirité não se pronunciou sobre a denúncia de negligência. Mesmo em meio à dor, Nayara transformou o sofrimento em alerta. “Não só crianças, até adultos podem se enganar. Substâncias perigosas não devem ser colocadas em embalagens de alimentos ou bebidas. É uma questão de prevenção”, afirmou.
Seu apelo reforça a necessidade urgente de conscientização sobre a segurança doméstica, especialmente em ambientes com crianças pequenas.
