A política de imigração do ex-presidente Donald Trump foi uma das mais controversas da história americana recente, com um discurso firme contra imigrantes ilegais e restrições à entrada de estrangeiros.
No entanto, há uma ironia marcante em sua postura: sua própria mãe, Mary Anne MacLeod, era uma imigrante escocesa que chegou aos Estados Unidos com apenas 18 anos e um modesto valor de 50 dólares no bolso.
Essa contradição entre a retórica política de Trump e as raízes de sua família levanta debates intensos sobre imigração, história e identidade. Nascida em 1912 em Tong, um pequeno vilarejo na Ilha de Lewis, Mary Anne cresceu em um contexto de pobreza e dificuldades econômicas.
Após a Primeira Guerra Mundial, a região enfrentava crises severas, e muitos jovens decidiram emigrar. Em 1930, ela embarcou no navio Transilvania com destino aos Estados Unidos, onde se estabeleceu inicialmente como doméstica.
Seu visto de imigrante indicava desde o início sua intenção de viver permanentemente no país, contradizendo versões posteriores que sugeriam uma entrada como turista. Mary Anne seguiu os passos de irmãs mais velhas que já viviam em Nova York, mas sua determinação a destacou.
Casou-se com Fred Trump, filho de imigrantes alemães, e juntos construíram uma vida de sucesso em Nova York. Apesar de sua origem humilde, ela contribuiu para diversas instituições filantrópicas, como o Jamaica Hospital Medical Center e a National Kidney Foundation.
Tornou-se cidadã americana em 1942 e continuou a manter laços com sua terra natal, enquanto abraçava sua nova vida nos Estados Unidos. O contraste entre a trajetória de Mary Anne e as políticas de imigração defendidas por seu filho oferece uma perspectiva rica e complexa sobre a luta de imigrantes em busca do sonho americano.
Sua história ilustra não apenas os desafios da imigração no início do século 20, mas também a resiliência de uma mulher que ajudou a moldar um dos líderes mais polarizadores do século 21.
