O cenário político brasileiro ganhou novos contornos nesta terça-feira (3) com a fuga da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para a Europa. A saída da parlamentar levanotu o questionamento sobre ela ainda ter em mãos seu passaporte após ser condenada há 10 anos de prisão.
Após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal e alvo de um pedido de prisão preventiva pela Procuradoria-Geral da República, Zambelli comunicou publicamente que se encontra em Portugal e pretende se estabelecer na Itália, onde afirma ter cidadania.
A decisão, segundo ela, foi motivada por uma alegada perseguição política, discurso semelhante ao utilizado por outros nomes ligados à ala mais radical da direita brasileira.
Zambelli enfrenta acusações que incluem tentativa de invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça com o objetivo de espalhar desinformação, além de um processo separado por ter perseguido um eleitor nas ruas de São Paulo, portando arma de fogo, na véspera das eleições de 2022.
A condenação imposta pelo STF prevê mais de 10 anos de prisão em regime fechado. Mesmo diante dos fatos e das provas já divulgadas, a deputada insiste em uma narrativa de vitimização, culpando o ministro Alexandre de Moraes e rotulando o Judiciário como uma “ditadura”.
A fuga gerou reações imediatas no meio político e nas redes sociais. Uma das declarações que mais causaram espanto veio do líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que minimizou os crimes atribuídos a Zambelli e sugeriu que ela foi punida por ser “mulher e de direita”.
A fala causou controvérsia e foi amplamente criticada por ignorar os processos judiciais em curso e as evidências apresentadas. Assim como Eduardo Bolsonaro, Zambelli deixou o país e segue usando as redes sociais para atacar o judiciário brasileiro.
Em paralelo, outro nome que chamou atenção nas redes foi o do cantor Oruam, que se envolveu em uma confusão em frente à Penitenciária de Bangu, no Rio de Janeiro, ao dançar em cima de um ônibus enquanto esperava a soltura do também cantor Poze do Rodo.
Após o episódio, Oruam fez postagens em tom de deboche, inclusive direcionando mensagens à deputada Zambelli, relacionando o momento político com sarcasmo e crítica social.
Oruam DEBOCHA de Carla Zambelli:
“Acho que eu vou fugir em de Europa, igual a Carla Zambelli.” pic.twitter.com/L5A169jmiR
— UpdateCharts (@updatecharts) June 3, 2025
O episódio da fuga de Zambelli reabre o debate sobre responsabilização de autoridades eleitas e os limites da imunidade parlamentar. Também escancara como a polarização continua sendo combustível para distorções e tentativas de deslegitimar instituições que cumprem seu papel constitucional.