Um caso trágico de suspeita de envenenamento em Parnaíba, litoral do Piauí, deixou um bebê de 1 ano e 8 meses e um jovem de 18 anos mortos, além de sete membros da mesma família hospitalizados.
O incidente ocorreu após a família consumir peixes manjuba doados na noite de Réveillon e um arroz preparado por eles mesmos e requentado no primeiro dia de 2025. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Piauí (PCPI), que aguarda os resultados dos exames toxicológicos para confirmar a causa das mortes e dos sintomas apresentados pelos sobreviventes.
Os sintomas relatados pelos internados incluíram frequência cardíaca baixa, febre, sudorese, cólicas, diarreia, falta de ar e tremores, todos compatíveis com intoxicação por veneno, segundo os médicos do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda).
Dentre os hospitalizados, dois já receberam alta, enquanto cinco permanecem sob cuidados médicos, incluindo três crianças. A mãe de dois meninos que morreram envenenados com caju em agosto de 2024 na mesma cidade é uma das internadas, o que trouxe ainda mais atenção ao caso. Na ocasião anterior, uma suspeita foi presa pelo crime.
O casal que doou os peixes foi ouvido pela polícia. Eles são conhecidos por ações filantrópicas anuais no bairro e distribuíram cestas básicas e 30 kg de peixe manjuba na comunidade.
No entanto, somente a família afetada relatou sintomas de intoxicação. Amostras do arroz e do peixe foram apreendidas para análise, e exames no Instituto Médico Legal (IML) estão em andamento para determinar se havia substâncias tóxicas nos alimentos consumidos pela família.
Materiais genéticos das vítimas, como sangue, urina e amostras do estômago do jovem falecido, também estão sendo analisados, com previsão de laudo em até dez dias.
O caso chama atenção para a gravidade das suspeitas de envenenamento e destaca a necessidade de uma apuração minuciosa para identificar possíveis responsáveis e evitar novos incidentes. A investigação segue ouvindo parentes e testemunhas para esclarecer as circunstâncias que levaram à tragédia.