O estado de São Paulo enfrenta um surto de coqueluche em 2024, com 1.096 casos confirmados e três óbitos registrados até 3 de dezembro. Esse número é 20 vezes maior que o total de casos confirmados em 2023, quando foram notificados apenas 54 casos, sem mortes.
A doença, que apresenta crescimento alarmante também em outras regiões do Brasil e no exterior, preocupa autoridades de saúde devido à alta taxa de contágio e aos riscos para crianças menores de seis meses, grupo mais vulnerável à infecção.
Na capital paulista, a situação é ainda mais preocupante. Em 2024, foram registrados 618 casos, um aumento de mais de 4.300% em relação ao ano anterior, quando apenas 14 casos foram confirmados.
Apesar disso, a cidade não registra óbitos por coqueluche há cinco anos. No país, o aumento é semelhante, com 4.394 casos confirmados até 27 de novembro, em contraste com os 214 casos de 2023. Essa escalada de casos segue uma tendência mundial, com surtos observados em países da Europa, Ásia e Oceania.
O que é coqueluche?
A coqueluche, causada pela bactéria Bordetella pertussis, é uma doença respiratória altamente contagiosa que se transmite por gotículas eliminadas durante tosse, espirros ou fala.
O sintoma mais característico é a tosse seca persistente, acompanhada de febre, coriza e mal-estar geral. Crianças pequenas, especialmente as que não completaram o esquema vacinal, têm maior risco de complicações graves e óbitos.
O período de incubação da doença varia de 4 a 21 dias, podendo chegar a até 42 dias em casos raros. A vacinação é a principal medida preventiva contra a coqueluche. No Brasil, a vacina pentavalente, oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), protege contra a doença.
Em São Paulo, a cobertura vacinal até setembro foi de 86,1%, enquanto na capital atingiu 93,85%. Apesar disso, especialistas alertam para a necessidade de intensificar as campanhas de imunização e conscientizar a população sobre a importância da vacina, especialmente em tempos de surtos como o atual.
O aumento expressivo de casos reflete a urgência de reforçar estratégias de saúde pública, como ampliação da cobertura vacinal e ações educativas sobre a doença. Além disso, é fundamental manter a vigilância epidemiológica ativa para prevenir novas infecções e proteger as populações mais vulneráveis.